"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

TEM FUTURO O CAPITALISMO BRASILEIRO?

Charge de Allan Sieber (reprodução do site UOL)

Nosso Sistema Econômico, embora muito mal regulado, é capitalista (a maior parte dos meios de produção está em mãos da propriedade privada). 
Numa época de “Fórum de São Paulo-SP”, quando se teme que decaiamos para uma economia populista bolivariana de baixíssima produtividade, se nossa economia capitalista não voltar a crescer em razoável prazo, analisemos rapidamente a situação e o que se deve fazer para evitar isso. 
Lembremos que os países que caíram no bolivarianismo (Venezuela, Equador e Bolívia, com apoio de Brasil e Argentina) não o fizeram porque estavam prósperos, mas porque chegaram a “um beco sem saída no fundo de um poço”).
No capitalismo brasileiro, de um lado notamos grande aumento nos lucros dos bancos, todos os setores financeiros (também chamados rentistas), grandes corporações etc., aumento dos dividendos para acionistas, gigantescos salários/aposentadorias (paraquedas dourados) para a alta direção. 
Esses constituem os felizardos 10%; e os ainda mais felizardos são apenas 1%. Fazem parte também dessa cúpula, a alta direção política/funcionalismo do governo. 
Esse pessoal está acumulando capital exponencialmente.
Por outro lado, na economia real (a que produz produtos e serviços), se perde lucratividade a olhos vistos, e os salários estão estagnados há muito tempo – na indústria, que é um estratégico setor, o piso salarial brasileiro é de apenas R$ 2.000/mês.
No momento até estamos em recessão, indo para trás. Isso enfraquece a demanda. Como sempre nos lembra o grande e experiente jornalista Pedro do Coutto, a queda na demanda trava o investimento gerador de empregos. 
Aumentando-se o desemprego, pressiona-se ainda mais o salário médio para baixo. É uma queda em “parafuso chato” e os trabalhadores se descapitalizam a olhos vistos.
BUSCAR O EQUILÍBRIO
O que fazer para salvar o capitalismo brasileiro? 
Sem dúvida, é preciso equilibrar a capitalização entre esses dois polos. Taxar fortemente os felizardos 1% e medianamente os outros 9% de felizardos. Reduzir a lucratividade do setor rentista a cerca de 8% ao ano, descontada a inflação. Hoje estão trabalhando com exagerados 18% ao ano, descontada a inflação.
Além disso, desonerar e criar meios para aumentar a lucratividade da economia real para um mínimo de 10% ao ano, descontada a Inflação. 
E, num prazo de oito anos, aumentar o salário médio brasileiro para R$ 4.000/mês. Assim, o capitalismo brasileiro será próspero, e deixaremos o “bolivarianismo lá atrás na poeira”. Caso contrário…

17 de novembro de 2015
Flávio José Bortolotto

Nenhum comentário:

Postar um comentário