Um dos deputados faltosos do PT no Conselho de Ética na sessão de quinta-feira, que iria analisar a admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), explica de forma pragmática o que o levou a ajudar o peemedebista na ocasião.
— PT é governo e o governo precisa de tempo. Não faz mal nenhum esperar mais duas semanas no Conselho de Ética, deixar chegar dezembro e o governo terminar de votar a pauta econômica — justificou ao GLOBO Zé Geraldo (PT-PA), que ausentou-se para prejudicar o quorum da sessão no colegiado.
O deputado contou que a orientação foi dada em reuniões de coordenação da bancada do PT nas últimas semanas. Zé Geraldo garante que não há, no entanto, direcionamento por parte da cúpula do partido ou do governo sobre o voto dos três petistas no Conselho de Ética. E diz que, quando chegar o momento da votação, os três deputados do partido devem votar pela admissibilidade do processo.
— A não ser que mude alguma coisa, a gente vai votar pela admissibilidade. Quanto a isso, não teve nenhum pedido. Mas deve ser só daqui a duas semanas, só em dezembro. Para o governo, quanto mais tempo, melhor — disse.
Para ele, ainda há matérias econômicas importantes a serem votadas, como a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e a recriação da CPMF por meio de emenda à Constituição. O deputado diz ainda não temer que a manobra para ajudar Cunha seja revertida em mais uma avaliação negativa para o PT.
— O PT apanha de qualquer jeito, se faz coisa errada ou se acerta. Uma porrada a mais não vai fazer diferença — afirma.
21 de novembro de 2015
in coroneLeaks
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