Preso, Dirceu convoca “Frente Popular”; Requião, o gazeteiro da Carta de Puebla, diz presente
Mesmo preso em Curitiba, na esteira da Operação Lava-Jato, o mensaleiro condenado e petroleiro petista José Dirceu de Oliveira e Silva mantém um ativo blog na rede mundial de computadores – o Blog do Zé Dirceu – onde faz suas marolas políticas e dá seus recados. Dirceu está convocando para sábado (5) uma “Conferência da Frente Brasil Popular”, supostamente em defesa da democracia e por uma nova política econômica.
Quem atendeu de pronto ao chamado do “petro-comissário” José Dirceu, conhecido na era plúmbea como Pedro Caroço, foi Roberto Requião (PMDB-PR), político que cita diuturnamente a Carta de Puebla (opção preferencial pelos pobres), mas ganha salário de R$ 33 mil como senador, além da aposentadoria de ex-governador (R$ 28 mil) e acaba de empregar o irmão Maurício como conselheiro da Itaipu (um pixuleco de R$ 25 mil mensais, com a obrigação de comparecer a uma mísera reunião mensal). Requião comunicou em seu Twitter: “Estarei presente na Conferencia Nacional e Popular pela Democracia, sábado, em Belo Horizonte”.
A “Frente Popular” já se reuniu no último dia 28 de agosto em Curitiba. O encontro foi um fracasso de público e de crítica, mas foi realizado com estilo. A conferência aconteceu no Hotel Bourbon, o mais caro e requintado cinco estrelas da capital paranaense. Convidada de honra, com presença assegurada e mencionada no convite oficial do evento, a senadora Gleisi Helena Hoffmann achou mais prudente não aparecer. Não deve dar as caras também em Belo Horizonte, apesar do apelo de Dirceu, que divide os holofotes da Lava-Jato com a senadora que ostenta a alcunha de “Barbie da Tríplice Fronteira”.
Gleisi está cada vez mais enrolada no Petrolão, maior escândalo de corrupção da história moderna. A senadora petista ecebeu, segundo os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, R$ 1 milhão do esquema de corrupção que funcionou deliberadamente durante uma década na Petrobras, mas acabou derrubado pela Lava-Jato.
A senadora paranaense também está encalacrada na Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Lava-Jato, que investiga fraude e pagamento de propinas em contrato de empréstimos consignados firmado pelo Ministério do Planejamento. A fraude ocorreu no período em que o marido de Gleisi, o também petista Paulo Bernardo da Silva, era ministro da pasta.
Conhecido na terra da araucárias como “Maria Louca”, Requião tem com que se preocupar quando o assunto é Lava-Jato. Juntos, Gleisi e Requião receberam R$ 2,3 milhões de empresas investigadas na interminável operação da Polícia Federal. Entre as empresas benevolentes (sic) estão a Galvão Engenharia, Queiroz Galvão e UTC.
04 de setembro de 2015
ucho.info
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