BRASÍLIA - Falta criatividade em quase tudo no Brasil, mas ninguém pode reclamar da nossa classe de delinquentes orbitando a esfera do Estado. Eles sempre inovam.
A bola da vez é o Carf, o opaco órgão subordinado ao Ministério da Fazenda que analisa recursos contra multonas da Receita. Coisa de bilhões de reais, de fazer as roubalheiras na Petrobras parecerem triviais.
Carf? É assim: se o cidadão comum cai na malha fina porque esqueceu de declarar uma bobagem, purgatório e inferno na forma de delegacias da Receita o esperam. Se você é um peixão e deve algumas centenas de milhões, o Carf está lá para lhe dar um vislumbre do paraíso.
Chato, mas do jogo da economia. Até que policiais federais e procuradores descobriram que uma quadrilha, que parece incluir ex-funcionários do Carf e advogados, oferecia a empresas jeitinhos para terem suas multas proteladas ou anuladas, mediante suborno ao colegiado.
Cabe aqui uma palavra de cautela. Pela leitura da representação do caso, fica claro que a PF teve seu trabalho tolhido por diversas negativas judiciais de diligências. Com isso, ainda estamos mais no campo das suspeitas do que das certezas no caso.
É cedo para culpar as grandes empresas que foram aparentemente favorecidas pela quadrilha. Elas sempre poderão alegar que contrataram advogados, não bandidos, e que não sabiam de procedimentos ilícitos. Soa improvável, eu sei.
A investigação precisa avançar.
*
PS - Que as redes sociais expõem o pior do ser humano, isso é uma obviedade. Mas causou especial repulsa nesta sexta (3) ver uma legião de cretinos diminuindo a morte do filho de Lu e Geraldo Alckmin, ao comparar um acidente com o inaceitável assassinato do garoto Eduardo numa "favela pacificada". A dor mais inalcançável é a da perda de um filho. No Alemão ou no Bandeirantes.
A bola da vez é o Carf, o opaco órgão subordinado ao Ministério da Fazenda que analisa recursos contra multonas da Receita. Coisa de bilhões de reais, de fazer as roubalheiras na Petrobras parecerem triviais.
Carf? É assim: se o cidadão comum cai na malha fina porque esqueceu de declarar uma bobagem, purgatório e inferno na forma de delegacias da Receita o esperam. Se você é um peixão e deve algumas centenas de milhões, o Carf está lá para lhe dar um vislumbre do paraíso.
Chato, mas do jogo da economia. Até que policiais federais e procuradores descobriram que uma quadrilha, que parece incluir ex-funcionários do Carf e advogados, oferecia a empresas jeitinhos para terem suas multas proteladas ou anuladas, mediante suborno ao colegiado.
Cabe aqui uma palavra de cautela. Pela leitura da representação do caso, fica claro que a PF teve seu trabalho tolhido por diversas negativas judiciais de diligências. Com isso, ainda estamos mais no campo das suspeitas do que das certezas no caso.
É cedo para culpar as grandes empresas que foram aparentemente favorecidas pela quadrilha. Elas sempre poderão alegar que contrataram advogados, não bandidos, e que não sabiam de procedimentos ilícitos. Soa improvável, eu sei.
A investigação precisa avançar.
*
PS - Que as redes sociais expõem o pior do ser humano, isso é uma obviedade. Mas causou especial repulsa nesta sexta (3) ver uma legião de cretinos diminuindo a morte do filho de Lu e Geraldo Alckmin, ao comparar um acidente com o inaceitável assassinato do garoto Eduardo numa "favela pacificada". A dor mais inalcançável é a da perda de um filho. No Alemão ou no Bandeirantes.
05 de abril de 2015
Igor Gielow
Nenhum comentário:
Postar um comentário