Este tema não é fácil nem de começar. Mas se existe um perfil de pessoa que tem liberdade para abordá-lo é o não-político. Aí eu me enquadro. Não dependo de votos para nada. Graças a Deus.
Todavia, mediante o que estou escrevendo, certamente não me elegeria nem mesmo suplente de vereador em “Cacimbinhas”, nem de conselheiro fiscal de qualquer condomínio. Algum sábio aí pelo mundo, que não consigo identificar o nome, lugar e época, levantou uma tese sobre “OS DEZ PASSOS PARA FORMAR UM PAÍS DE IDIOTAS”. Isso percorreu o mundo e pode ser encontrado em “IDIOTOCRACIA “(internet).
Resumidamente, esses passos seriam : (1) acabar com a educação de qualidade; (2) dar oportunidade para poucos: (3) criar e sustentar uma mídia inútil: (4) elevar os impostos : (6) garantir a impunidade: (7) os serviços públicos devem funcionar mal, ou não funcionar: (8) incrementar o desemprego ; (9) não investir em tecnologia : (10) fazer mágicas para multiplicar o dinheiro dos “amigos”.
Mais parece que esse genial observador estaria olhando para o Brasil quando descobriu os dez passos para tornar um povo idiota. Assim, esses passos, sem qualquer exceção, foram dados e fincaram raízes profundas no Brasil. Mas não é fenômeno recente, para não fazer-se injustiça. A “coisa” vem de muito longe, apesar do seu agravamento na atualidade. Cada um desses “dez passos” pode mser identificados por qualquer um, a qualquer momento. Todos deixaram suas pegadas no Brasil.
Ora, esses “desvios”atingem em cheio a própria democracia, que está prevista em todo o ordenamento jurídico brasileiro, inclusive constitucional. E uma democracia impregnada com tantos vícios fica “doente”. Deixa de exercer o papel de democracia. Transforma-se em OCLOCRACIA, que é a democracia pervertida, degenerada, corrompida, falsa, praticada pela massa ignara em proveito da velhacaria, da canalhice política. É democracia só na FORMA, não na SUBSTÂNCIA, no CONTEÚDO.
A partir de junho de 2013, alguns grupos dizendo-se representantes da massa do povo, como os BBs, começaram a protestar nas ruas, até com certa violência, nunca deixando muito claro quais eram os objetivos dos protestos. Dizem alguns que eram até incentivados por gente do próprio governo.
Agora em 2015, a “confusão” retorna, com novos grupos e novas bandeiras, que também não se consegue identificar ao certo quais os objetivos. Uns afirmam que os BBse “colegas” da época, eram pró-governo, e os manifestantes de 2015, contra o governo. As grandes mobilizações de 15 de março e 12 de abril, que reuniram quase 2 milhões de pessoas nas ruas, de certo modo se dispersaram em reclamações nem sempre coincidentes.
Sobre estes acontecimentos, além das suas confusões naturais, também a mídia fez uma guerra de informações diferentes, uma parte exaltando os protestos, outra minimizando-os pró-governo.
Mas a primeira providência dos manifestantes, após 12.04.15, mostra que também eles foram contaminados pela idiotia sobre a qual antes discorremos. Foram em “comissão” a Brasília para apresentar suas reivindicações, exatamente no ninho das raposas,pedindo a elas que tomassem alguma providência e que não mais atacassem o galinheiro. É lógico que os “caras” foram recebidos com todas as honras de estilo, tapetes vermelhos, e muitos discursos. As “raposas” são muito espertas.
Outra figura que poderia bem ornamentara situação, seria, por exemplo, a presença de uma comitiva no inferno para que ali fossem alterados determinados procedimentos, e que o “diabo-chefe” proibisse a desonestidade de agentes públicos no Brasil.
Ora,meus amigos e amigas, tanto o inferno, quanto o Congresso Brasileiro, não são os lugares apropriados para postular decência. É uma lástima tanta esperança e esforço jogados fora.
Além do mais, essa comitiva não chegou nem mesmo a requerer o IMPEACHMENT da Presidenta Dilma Rousseff, limitando-se a fazer algumas recomendações que são meramente de senso-comum. Também a alternativa da INTERVENÇÃO MILITAR foi logo descartada pela gerência das manifestações, alegadamente por não ter amparo legal.
Mas o que “eles” não conseguem botar nas suas cabeças “ duras”, é que tanto o impeachment,quanto a intervenção militar, têm amparo constitucional. A única diferença está na instituição que instala, processa e julga, um e outro. O impeachment é pelo Congresso; a intervenção, pelo Poder Militar. Ambos são soberanos nas suas decisões.
Entre um e outro, fico com a intervenção militar, que seria a única medida capaz de atacar quase todos os problemas políticos do Brasil, dando um “impeachment” nos Três Poderes, estabelecendo-se uma nova ordem constitucional, com democracia e eleições limpas. O resultado de um impeachment presidencial agora daria o mesmo resultado que aquele feito contra Collor, nos anos 90,ou seja, daria em nada. O Brasil precisa muito mais.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
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