A situação econômica do País foi a tônica do encontro dos deputados da bancada do PMDB com o vice-presidente da República Michel Temer nesta quarta-feira, 25. Segundo relatos dos peemedebistas, Temer mostrou as dificuldades econômicas que o País enfrenta no momento e o temor de que o descrédito com a Petrobrás – que perdeu o grau de investimento na terça-feira – traga outros reflexos negativos para o cenário. “Ele (Temer) relatou que um ministro da equipe econômica falou que estamos dançando na beira do precipício”, contou o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Após o encontro, a bancada fez uma reunião e anunciou que receberá nos próximos dias a equipe econômica para falar sobre as medidas do ajuste fiscal proposta pelo governo. Os deputados dizem que ainda não há uma posição fechada de apoio às Medidas Provisórias. Eles se recusam a assumir o ônus das “medidas amargas” e cobraram uma posição clara dos outros partidos da base, principalmente do PT, sobre o pacote. “Não vamos pegar o pacote e só balançar a cabeça”, resumiu Danilo Forte (PMDB-CE).
O líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), revelou que os deputados disseram ao vice-presidente da República que não querem ser chamados só para “resolver os problemas” do governo, mas que gostariam de participar do núcleo de tomada de decisões do governo. “O partido nunca faltou à governabilidade e à agenda do País, mas nós queremos a participação efetiva do PMDB na construção das políticas públicas, na construção das soluções e não só na administração dos problemas”, pontuou.
DESTA VEZ, SERÁ DIFERENTE
Picciani avisou que o PMDB não está disposto a ter na aprovação do ajuste fiscal a mesma postura que teve com o Palácio do Planalto em outras situações. “Isso ocorreu na revisão da meta fiscal e isso não ocorrerá de novo. Colaboraremos, mas terá de ser um processo coletivo e de total convencimento”, avisou.
Apesar do endurecimento no discurso, o líder peemedebista afirmou que o PMDB terá “responsabilidade” num momento de agravamento da crise econômica. “Há compreensão de que o quadro na economia é bastante grave e requer atenção. A falta de atenção com este quadro pode levar a uma fragilização da governabilidade, a fragilização do País economicamente. É preciso ter responsabilidade e essa responsabilidade é de todos”, reforçou.
Sobre o rebaixamento da Petrobrás pela agência de classificação de risco Moody´s, Picciani culpou as denúncias de corrupção, a falta de um balanço e a má gestão da empresa nos últimos meses. “É muito ruim para a empresa e para o País, mas isso nem se compara à gravidade de um rebaixamento da nota de um país. Portanto a responsabilidade com o momento econômico deve ser ainda maior”, declarou.
25 de fevereiro de 2015
Daiene Cardoso
Estadão
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Isto já de remotas eras que se propala, com a diferença de que se dizia abismo, o que vem a ser a mesma coisa.
Já eu penso que evoluímos, e de um tempo para cá, depois que consagramos nas urnas os projetos do desgoverno, já estamos não "à beira do precipício", mas em pleno hospício...
m.americo
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