Ato público convocado para esta terça-feira à noite no centro do Rio de Janeiro, em defesa da Petrobrás, teve brigas na rua e muita confusão, militantes petistas espancaram manifestantes que pediam o impeachment de Dilma.
Não houve o programado “abraço” ao edifício-sede da Petrobras e a manifestação se resumiu a uma série de discursos no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
O ato público foi organizado pelo PT e pelo governo federal, com apoio da Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), sob pretexto de denunciar a existência de um complô contra a Petrobras, de forma a inviabilizar a atuação da empresa e forçar sua privatização.
O que não estava na programação era o aparecimento de quase 100 militantes contrários ao partido, que empunhavam faixas contra o governo e pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Agendado para o início da noite, desde as 16 horas começaram a chegar os militantes dos dois lados, que cantavam e gritavam palavras de ordens. O clima de tensão foi esquentando e chegou a haver várias brigas entre sindicalistas e manifestantes contrários ao PT.
LULA SUBIU DIRETO
O ex-presidente Lula, que veio de São Paulo para se tornar a grande atração do ato público, foi avisado das brigas entre manifestantes e chegou ao prédio da ABI escoltado por policiais. Foi aclamado pelos petistas e sindicalistas e vaiado pelos opositores. Subiu direto num elevador especial e não falou com a imprensa.
Este é o primeiro ato que Lula participa em defesa do governo desde que deu sinais de reaproximação com presidente da República, Dilma Rousseff. Embora Lula tenha participado da campanha eleitoral, os dois estavam rompidos desde antes da eleição.
Por isso, no dia da posse Lula fez uma aparição meteórica no Planalto e sumiu. Somente voltaram a se encontraram no último dia 12, quando a presidente Dilma Rousseff cedeu e foi pedir ajuda a ele em São Paulo, depois das sucessivas derrotas do governo no Congresso e da crise da Petrobrás ganhar ainda mais força.
Além do ex-presidente, representantes sindicalistas, artistas e políticos do PT compareceram ao ato. O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) João Pedro Stédile, e o ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, também subiram ao palco para discursar.
A manifestação começou com o Hino Nacional, seguido de um minuto de silêncio em memória a vítimas de acidentes de trabalho.
Apesar dos sindicatos envolvidos e da presença de Lula e de outros líderes, o ato reuniu apenas cerca de 500 pessoas e foi tipo meia-bomba.
25 de fevereiro de 2015
Carlos Newton
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