Não é à toa que, há anos, o PT defende seu eterno tesoureiro João Vaccari Neto, envolvido nos maiores escândalos financeiros do partido. Todo mundo tem o rabo preso com ele, desde os tempos da Bancoop, passando pelo Mensalão, chegando ao Petrolão. Vaccari com a sua mochila de U$ 200 milhões será ovacionado hoje na festa dos 35 anos do PT. Lula e Dilma vão defendê-lo, assim como o PT inteiro o fez ontem. A matéria abaixo é do Valor.
O PT fez ontem uma ampla defesa do secretário de finanças da legenda, João Vaccari Neto, suspeito de receber propina em nome do partido, e deve mantê-lo no cargo. Com um discurso semelhante, dirigentes petistas afirmaram que Vaccari apenas cumpriu a missão dada pelo PT e rebateram as acusações de que o partido teria recebido até US$ 200 milhões em desvios da Petrobras, em um esquema que teria o tesoureiro petista como um de seus operadores, segundo investigação da Operação Lava-Jato.
O PT fez ontem uma ampla defesa do secretário de finanças da legenda, João Vaccari Neto, suspeito de receber propina em nome do partido, e deve mantê-lo no cargo. Com um discurso semelhante, dirigentes petistas afirmaram que Vaccari apenas cumpriu a missão dada pelo PT e rebateram as acusações de que o partido teria recebido até US$ 200 milhões em desvios da Petrobras, em um esquema que teria o tesoureiro petista como um de seus operadores, segundo investigação da Operação Lava-Jato.
Horas depois de Vaccari prestar depoimento à PF, em São Paulo, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou ontem que as acusações são falsas e fazem parte de uma tentativa de criminalizar a legenda da presidente Dilma Rousseff. "Não haveria nenhuma razão para não apoiá-lo, já que ele [Vaccari] vem cumprindo suas tarefas com correção, com transparência, com lisura conforme depôs na Polícia Federal, respondendo a todas as perguntas sem deixar dúvida. Sequer foi indiciado", disse Falcão, ao sair de um encontro do PT de Minas Gerais, em Belo Horizonte. "Nada temos a temer. Não aceitamos o estigma da corrupção. Somos um partido honesto, um partido que cumpre as leis do país", afirmou Falcão.
Vaccari teve de prestar esclarecimentos sobre depoimento feito por ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Na delação, Barusco disse que entre 2003 e 2013 o PT recebeu até US$ 200 milhões em recursos desviados da Petrobras e que o tesoureiro teria levado US$ 50 milhões. Depois do depoimento, Vaccari foi para Belo Horizonte, onde o PT está reunido para comemorar os 35 anos da sigla, em evento que deve ter a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Coordenador da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, que comanda a Comissão de Ética e Disciplina do PT, disse que o tesoureiro cumpriu missão dada pelo PT e garantiu respaldo dentro do partido. "Saibam os abutres que aqui tem uma trincheira de companheiros e companheiros que jamais fugirão à luta. Os filiados consegue distinguir com clareza o joio do trigo", afirmou em texto publicado na internet. Ao Valor, disse que há uma "espetacularização" da Operação Lava-Jato. "Virou uma fanfarra de vazamentos, pouco crível. Por que só vazou o nome do tesoureiro do PT, às vésperas do aniversário do partido, quando 64 nomes são investigados?", questionou.
Jorge Coelho, um dos vice-presidentes da sigla, disse que "de maneira alguma" o PT irá pedir o afastamento do tesoureiro do cargo. "Não há motivo nem interesse para isso. Vaccari goza de toda credibilidade no comando do PT", disse. "Não temos dúvida da lisura das operações feitas por ele". Coelho disse que as doações recebidas pelo PT foram feitas de forma legal. "Se a empresa faz uma doação irregular quem tem de responder é a empresa, não o PT", afirmou o dirigente, que foi tesoureiro da campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, em 2014.
Em nota, o partido seguiu a mesma linha de defesa e afirmou que o PT recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. O partido afirmou que as delações de Barusco "não merecem crédito" e disse que os acusadores "responderão na Justiça pelas mentiras" contra o PT.
Ex-presidente do PT-MG, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que parece haver uma ação para minar a festa de aniversário do PT. "Querem criminalizar doações oficiais. Então, o que é doação oficial das empresas para o PSDB é lucro, e o que é doação oficial para o PT é propina? Precisa ter cautela".
Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), a oposição não encontrou nada contra Vaccari. "Colocaram [o Vaccari] no centro da CPI [da Petrobras] e quebraram o sigilo. O que fizeram com esses dados eu não sei porque até agora não se ouviu falar uma palavra da oposição sobre isso", afirmou.
No governo, o clima foi de cautela. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), cancelou participação em um evento. A presidente Dilma não falou sobre a crise na Petrobras e, em discurso, enfatizou o uso dos recursos do pré-sal para educação. O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse que não há "constrangimento" para o governo. "Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o partido terá que tomar as atitudes que tem que ser tomadas".
Vaccari teve de prestar esclarecimentos sobre depoimento feito por ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Na delação, Barusco disse que entre 2003 e 2013 o PT recebeu até US$ 200 milhões em recursos desviados da Petrobras e que o tesoureiro teria levado US$ 50 milhões. Depois do depoimento, Vaccari foi para Belo Horizonte, onde o PT está reunido para comemorar os 35 anos da sigla, em evento que deve ter a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Coordenador da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, que comanda a Comissão de Ética e Disciplina do PT, disse que o tesoureiro cumpriu missão dada pelo PT e garantiu respaldo dentro do partido. "Saibam os abutres que aqui tem uma trincheira de companheiros e companheiros que jamais fugirão à luta. Os filiados consegue distinguir com clareza o joio do trigo", afirmou em texto publicado na internet. Ao Valor, disse que há uma "espetacularização" da Operação Lava-Jato. "Virou uma fanfarra de vazamentos, pouco crível. Por que só vazou o nome do tesoureiro do PT, às vésperas do aniversário do partido, quando 64 nomes são investigados?", questionou.
Jorge Coelho, um dos vice-presidentes da sigla, disse que "de maneira alguma" o PT irá pedir o afastamento do tesoureiro do cargo. "Não há motivo nem interesse para isso. Vaccari goza de toda credibilidade no comando do PT", disse. "Não temos dúvida da lisura das operações feitas por ele". Coelho disse que as doações recebidas pelo PT foram feitas de forma legal. "Se a empresa faz uma doação irregular quem tem de responder é a empresa, não o PT", afirmou o dirigente, que foi tesoureiro da campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, em 2014.
Em nota, o partido seguiu a mesma linha de defesa e afirmou que o PT recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. O partido afirmou que as delações de Barusco "não merecem crédito" e disse que os acusadores "responderão na Justiça pelas mentiras" contra o PT.
Ex-presidente do PT-MG, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que parece haver uma ação para minar a festa de aniversário do PT. "Querem criminalizar doações oficiais. Então, o que é doação oficial das empresas para o PSDB é lucro, e o que é doação oficial para o PT é propina? Precisa ter cautela".
Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), a oposição não encontrou nada contra Vaccari. "Colocaram [o Vaccari] no centro da CPI [da Petrobras] e quebraram o sigilo. O que fizeram com esses dados eu não sei porque até agora não se ouviu falar uma palavra da oposição sobre isso", afirmou.
No governo, o clima foi de cautela. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), cancelou participação em um evento. A presidente Dilma não falou sobre a crise na Petrobras e, em discurso, enfatizou o uso dos recursos do pré-sal para educação. O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse que não há "constrangimento" para o governo. "Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o partido terá que tomar as atitudes que tem que ser tomadas".
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