O ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani, é o homem por trás do maior vazamento de dados na história dos bancos. As informações obtidas por ele em 2007 mostravam que a filial suíça do segundo maior banco do mundo “ajudou” clientes ricos a driblar o pagamento de milhões de dólares em impostos.
Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo.
Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC. Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário.Ele diz que o trabalho de análise desses dados deve começar em breve e que uma grande empresa de petróleo pode ser a próxima a sentir os efeitos de um vazamento em massa de informações.
ARTISTAS E TRAFICANTES
O esquema revelado por Falciani permitiu que, entre 2005 e 2007, centenas de bilhões de euros transitassem, em Genebra, por contas secretas de 106 mil clientes, entre eles, empresários, políticos, estrelas do showbizz e esportistas, mas também traficantes de drogas e armas e suspeitos de ligações com atividades terroristas.
Os documentos vazados por ele também incluem dados sobre 5,5 mil contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões).
A BBC teve acesso a um e-mail, obtido pelo jornal francês Le Monde, que foi enviado por Falciani em 2008 ao órgão britânico que equivale à Receita Federal no Brasil (Her Majesty’s Revenue and Customs ou HMRC), no qual ele dava detalhes do esquema.
“Mas como não obtive resposta, eu também liguei para denunciar o caso para um telefone de denúncia de evasão fiscal. Também sem sucesso.”
Ainda não está claro por que o HMRC não respondeu aos contatos do ex-funcionário do HSBC e por que levou tanto tempo para que a informações se tornasse pública.
HSBC PASSOU A CONTROLAR?
O HSBC afirma que passou por reformas e que agora há menos clientes e um controle mais rígido. Mas, para Falciani, o banco tem de ser punido de qualquer jeito. “A punição tem que ocorrer, não importa o quão grande eles são”, diz ele, acrescentando que talvez haja centenas de outros bancos envolvidos em esquemas para ajudar os ricos e fugir do pagamento de impostos.
Segundo ele, é crucial que agências europeias, americanas e asiáticas trabalhem em conjunto para combater a corrupção em bancos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enviada por Sergio Caldieri, essa reportagem da BBC é da maior importância. Não é por mera coincidência que no Brasil muitos empresários e operadores de esquemas de corrupção prefiram abrir contas no HSBC, porque o banco multinacional tinha setores especializados em lavagem de dinheiro e remessa para o exterior. E também não é por mera coincidência que alguns órgãos da grande mídia estejam evitando dar cobertura ao assunto, conforme já denunciamos aqui na Tribuna da Internet. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enviada por Sergio Caldieri, essa reportagem da BBC é da maior importância. Não é por mera coincidência que no Brasil muitos empresários e operadores de esquemas de corrupção prefiram abrir contas no HSBC, porque o banco multinacional tinha setores especializados em lavagem de dinheiro e remessa para o exterior. E também não é por mera coincidência que alguns órgãos da grande mídia estejam evitando dar cobertura ao assunto, conforme já denunciamos aqui na Tribuna da Internet. (C.N.)
23 de fevereiro de 2015
Kamal AhmedDa BBC
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