Senhor! Neste momento em que o bastão de comando do nosso Exército troca de mãos, justo aquele leão verde oliva que passaram a chamar de o “grande mudo”, alquebrado, espezinhado e vilipendiado por tantos indignos algozes, derrotados em lutas antigas e sangrentas, as legiões de joelhos se prostram e, com fé, pedem para que o Deus dos exércitos ilumine o comandante da última fortaleza da nacionalidade.
Em absoluto, não pedimos que ele, apenas, nos proporcione meios materiais, equipamento, armamento de qualidade, uniformes novos e comida no rancho. Rogamos, muito mais, que ele nos defenda, que ele seja um escudo contra as torpezas dos inimigos declarados de nossa Força Terrestre.
Não desejamos apenas musculatura, ela é importante mas, em absoluto, não substitui o brio, a honra, o orgulho de uma cabeça erguida.
Não precisamos de comandantes que passem quatro anos sem verdadeiramente comandar, pedimos por um chefe que apenas nos lidere, que seja, tão somente por um único dia. Queremos que ele nos faça, apenas por um momento, orgulhosos de ouvir, mais uma vez, o urro ensandecido de uma força armada que se dá ao respeito, de uma força armada que não leva desaforo para casa, que não se deixa cuspir como a “ Geny” de um Chico Buarque qualquer.
Não meu Deus, em absoluto, não pedimos que ele seja indisciplinado, muito pelo contrário, mas, prostrados ante Vós, rogamos que ele nos preserve das injustiças, que ele não permita sejam enxovalhados nossos feitos de honra e glória, escritos a ferro e sangue, mas, sobretudo, com acendrado sentimento do dever.
Que ele seja leal, cordato, cavalheiro com o mandatário da pasta da defesa, mas que não arrede, um milímetro que seja, das virtudes militares de um verdadeiro soldado, daquilo que se espera do comandante do Exército de Caxias.
Que nosso comandante se lembre que as provocações são inúmeras e de longa data e, quando tiverem a ousadia de ventilar que nossa Força Terrestre deve pedir desculpas pelo que aconteceu durante a “guerra suja” dos traiçoeiros “anos de chumbo”, Deus, meu Deus, faça com que nosso chefe não titubeie em responder que “guerra é guerra” e que, de nada, absolutamente de nada, seus soldados devem se envergonhar, muito menos por terem livrado o País da ameaça comunista.
Deus de justiça! Que nosso novo comandante nunca se esqueça, ele comanda o bastião maior da Pátria, justo aquele que impediu a conquista e a invasão estrangeira, que impediu a desagregação provocada pelas dissensões políticas internas no passado, que colocou sentinelas guardando as fronteiras, que ajudou a promover a ocupação real do nosso território, que foi o pioneiro no implante de vilas e cidades, na construção de estradas e açudes, o “braço forte mão amiga” das populações mais carentes, o instrutor de várias gerações, o alfabetizador de recrutas, o plasmador do cidadão útil â comunidade! Que o Exército da Pátria está sempre cheio de razão!
Comandante! Nosso comandante! ELE está com vossa excelência! Que ELE ilumine seu comando por apenas um dia que seja, mas, POR DEUS, não permita que, no seu tempo, mesmo que seja da duração de um lapso, seus oficiais e praças, da ativa e da reserva, sejam enxovalhados pela falta de atitude do chefe, máxime quando bulirem com os brios de um Exército que foi forjado sob o mito étnico das fileiras em Guararapes!
Que Deus o mantenha alerta! Eis que, induzindo uma falsa impressão de interesse pelo aprestamento de uma força terrestre capaz de dissuadir, a governança comunopetista está solapando, por debaixo dos panos, as tradições e o espírito de corpo de nossas Instituições Armadas, a ponto das hostes vermelhas já considerarem como “pacificada“ a área da defesa, fato que, para bom entendedor, deve constituir, no mínimo, uma grande preocupação.
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de infantaria e Estado-Maior, na reserva.
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