"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 10 de janeiro de 2015

REMUNERAÇÃO MÉDIA DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS; R$ 927

  



Em portaria publicada no Diário Oficial, edição de 7 de janeiro, o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, revela que a remuneração média de 30 milhões de aposentados e pensionistas do INSS no mês de dezembro foi de 927,75 reais. Aliás, todos os meses o titular da Pasta publica o valor dos vencimentos médios atribuídos aos segurados, incluindo os que continuam a trabalhar e assim descontam, juntamente com seus empregadores, para a receita previdenciária. Mas esta é outra questão.

O aspecto essencial relativo à média de 927 reais, vale frisar que pouco acima do salário mínimo em vigor, é a ínfima influência que será produzida, em matéria de contenção de despesas, do corte de 50% aplicado às pensões por morte fixado,, em recente Medida Provisória da presidente da República que começará a ser examinada pelo Congresso Nacional quando reabertos os trabalhos parlamentares.

É verdade, mesmo considerando-se a injustiça da iniciativa, que a MP abrange os serviços públicos federais, estaduais e municipais. Neste plano poderá refletir algum efeito concreto. Mas na área do INSS, o resultado do absurdo será muito pouco superior a zero.
Basta raciocinar sobre a média de 927 reais, a qual não pode sequer sofrer qualquer incidência percentual, quanto mais 50%, já que nenhuma aposentadoria ou pensão poderá ser inferior ao piso básico. No caso o governo sofrerá um abalo político absolutamente desnecessário, sem contrapartida de qualquer redução de gastos, por mais inapropriada que seja.

BORTOLOTTO

Por falar em corte de despesas apreciei muito o comentário do técnico Flávio José Bortolotto, publicado na edição de ontem deste site, focalizando a renda per capita brasileira em confronto com a carga tributária nacional, que alcança nada menos de 36% do Produto Interno Bruto.
Aliás, desejo assinalar que me honram muito os comentários do companheiro colaborador quando neles sou citado.

Voltando ao tema, destaca Bortolotto que a renda per capita brasileira oscila em torno de 14 mil dólares anuais, valor que, em nossa moeda, significa aproximadamente 2 mil e 500 reais por mês na sua visão.
Está correto. Isso de um lado. Se outro, 36% do PIB correspondem a 1 trilhão e 989 bilhões de reais, já que o Produto Interno Bruto encontra-se projetado numa escala de 5,5 trilhões de reais, aproximadamente 2 trilhões de dólares. O PIB dos Estados Unidos, o maior do mundo, só para comparar, é de 17 trilhões de dólares, um terço mais ou menos do Produto Mundial.

Nossa renda per capita, portanto é baixa, (Produto Interno dividido pelo número de habitantes) enquanto a carga tributária é muito alta. A incidência dos tributos, como se constata, é bastante elevada influindo diretamente na estrutura dos preços e para a retração do mercado de consumo, fator importantíssimo para o desenvolvimento econômico, já que qualquer sistema produtivo encontra-se obviamente voltado para o consumo, exceções confirmando a regra.

Para Flávio José Bortolotto, com razão, em nosso país não deve ser tarefa difícil colocar em prática uma redução de despesas públicas da ordem de 66 bilhões de reais, incluindo as da União, os 27 estados da Federação e os quase 6 mil municípios. Portanto, não se vê como necessário, tampouco faz sentido, o corte proposto de 50% para as pensões deixadas pelos aposentados do país.

10 de janeiro de 2015
Pedro do Coutto

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