Mantega, se alguém esqueceu, é um ministro da área econômica do governo. Espera-se dele maior preocupação com a repercussão de suas palavras lá fora
Todo e qualquer governo tem o direito, para não dizer o dever, de decidir quais são as suas prioridades. Muitas vezes, as decisões causam estranheza na turma da arquibancada. O que não significa que a plateia tenha sempre razão.
Vejamos um exemplo destes dias. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu, ou, melhor dizendo, obedeceu a uma ordem de sua patroa, dona Dilma, e anunciou que não iria a uma reunião do Fundo Monetário Internacional, nos Estados Unidos. O motivo foi a necessidade, na opinião da presidente, de cuidar de um problema doméstico, pelo visto, considerado prioritário pela presidente: falar mal do PSDB. Foi incumbido de informar ao respeitável público local que, caso a oposição venha a chegar ao poder, será um desastre para o país.
Segundo Mantega, uma vitória da oposição comandada pelo tucano Aécio Neves significará nada menos do que recessão, desemprego e cortes em programas sociais. Deve-se reconhecer que não há novidade alguma nesse tipo de ataque quando se aproxima uma guerra eleitoral.
Por outro lado, uma coisa é a linguagem usada por partidos em disputa pelo poder. E outra, bem diferente, é o que afirma — durante uma campanha eleitoral — um ministro da área técnica do governo. O que ele afirma é ouvido lá fora, e pode ser de mau proveito para os interesses permanentes do Brasil, seja qual for o partido que esteja no poder.
Mantega, se alguém esqueceu, é um ministro da área econômica do governo. Espera-se dele maior preocupação com a repercussão de suas palavras lá fora, onde estão nossos parceiros e rivais, e não tanto no eleitorado local.
O ministro da Fazenda, no entanto, achou mais importante — certamente a pedido da sua chefe — fazer gazeta e não ir a Washington. E ficou por aqui, fazendo média com a patroa.
Todo e qualquer governo tem o direito, para não dizer o dever, de decidir quais são as suas prioridades. Muitas vezes, as decisões causam estranheza na turma da arquibancada. O que não significa que a plateia tenha sempre razão.
Vejamos um exemplo destes dias. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu, ou, melhor dizendo, obedeceu a uma ordem de sua patroa, dona Dilma, e anunciou que não iria a uma reunião do Fundo Monetário Internacional, nos Estados Unidos. O motivo foi a necessidade, na opinião da presidente, de cuidar de um problema doméstico, pelo visto, considerado prioritário pela presidente: falar mal do PSDB. Foi incumbido de informar ao respeitável público local que, caso a oposição venha a chegar ao poder, será um desastre para o país.
Segundo Mantega, uma vitória da oposição comandada pelo tucano Aécio Neves significará nada menos do que recessão, desemprego e cortes em programas sociais. Deve-se reconhecer que não há novidade alguma nesse tipo de ataque quando se aproxima uma guerra eleitoral.
Por outro lado, uma coisa é a linguagem usada por partidos em disputa pelo poder. E outra, bem diferente, é o que afirma — durante uma campanha eleitoral — um ministro da área técnica do governo. O que ele afirma é ouvido lá fora, e pode ser de mau proveito para os interesses permanentes do Brasil, seja qual for o partido que esteja no poder.
Mantega, se alguém esqueceu, é um ministro da área econômica do governo. Espera-se dele maior preocupação com a repercussão de suas palavras lá fora, onde estão nossos parceiros e rivais, e não tanto no eleitorado local.
O ministro da Fazenda, no entanto, achou mais importante — certamente a pedido da sua chefe — fazer gazeta e não ir a Washington. E ficou por aqui, fazendo média com a patroa.
11 de outubro de 2014
Luiz Garcia, O Globo
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