Com os apoios fechados até agora ao candidato do PSDB, Aécio Neves, começou a se formar no segundo turno uma frente anti-PT. A coligação do tucano, formada inicialmente por nove partidos, agora chega a 15 siglas, com a adesão do PSB, PV e PSC, entre outros. Aécio conta ainda com dissidentes do PMDB, PDT e PP — que integram a aliança de Dilma Rousseff. Mas a joia da coroa, a adesão da candidata Marina Silva, ainda depende de acertos sobre uma lista de pontos que ela quer ver contemplados no programa de governo de Aécio.
Também com nove partidos no primeiro turno, a Coligação Com a Força do Povo, da presidente Dilma Rousseff, não conseguiu atrair novas siglas no segundo turno. A candidata do PSOL, Luciana Genro, vetou voto em Aécio, mas não indicou voto em Dilma. Quadros importantes do partido, porém, como Marcelo Freixo, o deputado estadual mais votado do Rio, declararam apoio à candidata do PT.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio, acha que, com a divulgação das primeiras pesquisas mostrando o tucano à frente de Dilma, o fluxo de adesões vai aumentar. — Criou-se um fenômeno cumulativo. Uma coisa puxa a outra, quanto mais cresce, mais gente se junta ao Aécio. Agora está muito bom, o ritmo aqui está frenético. No tempo das vacas magras aqui no comitê, eu perguntava para minha secretária: dona Flávia, tem algum recado para mim? Ela respondia desanimada: Não tem nenhum recado, senhor senador! Mas o Aécio foi terrível, não deixou a peteca cair e hoje está desse jeito — comemorou Aloysio, depois de receber, em São Paulo, o apoio do senador Ataides Oliveira (PROS-TO).
APOIO DE CRISTOVAM E REGUFFE
Depois de um ato que reuniu no memorial JK os presidenciáveis derrotados Pastor Everaldo (PSC) e Eduardo Jorge (PV), além de dissidentes de PDT, PMDB e PP, Aécio voltou ao gabinete no Senado e logo foi chamado à sede do PSB pelo presidente Roberto Amaral para o anúncio oficial do apoio do partido. Na entrada do elevador, encontrou-se com os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e o recém-eleito Reguffe (PDT-DF), que foram lhe comunicar a adesão.
— Venham comigo, vou chegar lá emoldurado por duas das maiores lideranças do Distrito Federal. Ou me esperem aqui no gabinete? Vou lá correndo e volto — convidou Aécio. — Não precisa! Viemos aqui para dizer que estamos com você incondicionalmente — respondeu Cristovam.
Um dos mais ferrenhos anti-lulistas, o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), alertou aos novos aliados de Aécio para a necessidade de união para enfrentar a campanha de Dilma no segundo turno:— Temos que ficar atentos porque estaremos lutando contra uma candidatura e um governo que não têm limites. Para enfrentar essa campanha suja, temos que atuar com muita unidade.
Dilma não conseguiu agregar mais apoios à sua coligação, com a qual saiu na frente no primeiro turno. Mesmo assim, receberá apoio de integrantes de legendas que declararam apoio a Aécio ou ficaram neutros. É o caso dos governadores da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do Amapá, Camilo Capiberibe, ambos do PSB; do deputado estadual Marcelo Freixo e do deputado federal Jean Wyllys, do PSOL do Rio.
“Aderindo à posição da direção nacional do PSOL, que declarou ‘Nenhum voto em Aécio’, eu declaro que, neste segundo turno das eleições, eu voto em Dilma e a apoio, mesmo assegurando a vocês, desde já, que farei oposição à esquerda ao seu governo (…), apoiando aquilo que é coerente com as bandeiras que defendo e me opondo ao que considero contrário aos interesses da população em geral e daqueles que eu represento no Congresso, como sempre fiz”, afirmou Wyllys em carta.
DINO DEVE SE MANTER NEUTRO
Já no PCdoB, o governador eleito do Maranhão, Flávio Dino, ficará neutro no segundo turno, apesar de seu partido integrar a coligação de Dilma. O comunista tem como vice um tucano e ficou contrariado com o fato de o ex-presidente Lula ter gravado para a propaganda de seu adversário Lobão Filho (PMDB).
Nem os nanicos de esquerda devem fechar com Dilma. O PSTU e o PCO devem anunciar nesta sexta-feira, ou neste sábado, respectivamente, seu posicionamento, que deve ser pelo voto nulo. Apesar do apoio do PSB, e possivelmente de Marina, a Aécio, um revés para a campanha petista, a presidente e seus apoiadores têm insistido que o voto do eleitor “não tem dono”. Eles apostam que herdarão parte dos votos da ex-senadora.
Sem a presença da senadora Ana Amélia Lemos (PP), principal aliada de Aécio no Rio Grande do Sul, o candidato do PMDB ao governo gaúcho, José Ivo Sartori, confirmou ontem apoio ao tucano no segundo turno. Apoiadora desde o início do tucano, Ana Amélia discursou ontem na tribuna do Senado com um adesivo de Aécio no peito.
O apoio de Sartori e Ana Amélia foi definido na segunda-feira, logo após PP, PSDB, PRB e SD decidirem abrir voto para Sartori no segundo turno. Segundo Sartori, Aécio deverá participar de pelo menos uma atividade junto à sua candidatura até o final da campanha. Mas o candidato não soube informar em que data irá receber o tucano no estado.
( O Globo )
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