Trilogia liberdade, igualdade e fraternidade, slogan da Revolução Francesa de 1789, parece não mais valer para os judeus franceses
A trilogia liberdade, igualdade e fraternidade, slogan da Revolução Francesa de 1789, parece não mais valer para os judeus franceses. Uma comunidade judaica milenar, com cerca de 600 mil pessoas, registra a decadência em seu direito de, livremente, viver em sua pátria natal, e preservar a sua liberdade religiosa.
O momento atual, para os judeus franceses, remete aos idos do século XIX, quando o capitão judeu alsaciano Alfred Dreyfus foi sentenciado como traidor e, somente após sua degradação e prisão, foi julgado inocente e libertado por pressão na mídia de indignados intelectuais como Émile Zola, que acusaram o governo de ter praticado uma terrível injustiça.
Vale lembrar que, em época mais recente, na década de 40, cerca de 70 mil judeus franceses, sendo 1.500 crianças, foram arrancados de seus lares e enviados para os campos de concentração na Polônia, onde foram assassinados pelos nazistas.
Durante a mais recente guerra em Gaza, usada como pretexto por extremistas para insuflar o ódio aos judeus, mais de 150 mil manifestantes saíram às ruas de Paris e, empunhando bandeiras da Autoridade Palestina e faixas de apoio ao Hamas, voltaram a gritar slogans antijudaicos que lembraram o ocorrido nas ruas da capital francesa, na época do caso Dreyfus. A mais recente demonstração de intolerância antijudaico-sionista ocorreu próxima à segunda mais populosa cidade francesa, Marselha, que tem uma enorme população muçulmana, e onde o desemprego dos jovens é de cerca de 40%.
A cineasta israelense premiada Hilla Medalia sempre participa de acaloradas discussões e debates sobre seus filmes, mas ela nunca tinha experimentado o que aconteceu na exibição de seu filme “Dançando em Jaffa” num festival de cinema israelense, em Carpentras.
Cerca de 20 membros da plateia se levantaram e começaram a gritar slogans anti-Israel. Em seguida, eles atiraram bombas de mau cheiro. “Isto foi muito frustrante para mim, especialmente porque este filme é sobre como entender e respeitar o outro”, disse a diretora.
É neste clima de ódio explícito a Israel e aos judeus — que representam cerca de 1% da população francesa totalizando 600 mil pessoas, comparados aos seis milhões de muçulmanos franceses — que milhares de membros da comunidade judaica botaram um pé na Terra Santa. Cerca de 50 mil famílias francesas adquiriram, nos últimos anos, uma segunda moradia em Israel.
Para este ano são esperados mais de seis mil judeus franceses, que imigrarão para o Estado Judeu, sendo que a quantidade anual tende a aumentar.
Na atual situação de discriminação na França, os judeus franceses estão tendo que optar por apoiar o partido anti-islâmico da Frente Nacional da radical Marine Le Pen, com 46% da comunidade nesta situação, ou emigrar para um país onde encontrarão a definitiva liberdade, igualdade e fraternidade: Israel.
A trilogia liberdade, igualdade e fraternidade, slogan da Revolução Francesa de 1789, parece não mais valer para os judeus franceses. Uma comunidade judaica milenar, com cerca de 600 mil pessoas, registra a decadência em seu direito de, livremente, viver em sua pátria natal, e preservar a sua liberdade religiosa.
O momento atual, para os judeus franceses, remete aos idos do século XIX, quando o capitão judeu alsaciano Alfred Dreyfus foi sentenciado como traidor e, somente após sua degradação e prisão, foi julgado inocente e libertado por pressão na mídia de indignados intelectuais como Émile Zola, que acusaram o governo de ter praticado uma terrível injustiça.
Vale lembrar que, em época mais recente, na década de 40, cerca de 70 mil judeus franceses, sendo 1.500 crianças, foram arrancados de seus lares e enviados para os campos de concentração na Polônia, onde foram assassinados pelos nazistas.
Durante a mais recente guerra em Gaza, usada como pretexto por extremistas para insuflar o ódio aos judeus, mais de 150 mil manifestantes saíram às ruas de Paris e, empunhando bandeiras da Autoridade Palestina e faixas de apoio ao Hamas, voltaram a gritar slogans antijudaicos que lembraram o ocorrido nas ruas da capital francesa, na época do caso Dreyfus. A mais recente demonstração de intolerância antijudaico-sionista ocorreu próxima à segunda mais populosa cidade francesa, Marselha, que tem uma enorme população muçulmana, e onde o desemprego dos jovens é de cerca de 40%.
A cineasta israelense premiada Hilla Medalia sempre participa de acaloradas discussões e debates sobre seus filmes, mas ela nunca tinha experimentado o que aconteceu na exibição de seu filme “Dançando em Jaffa” num festival de cinema israelense, em Carpentras.
Cerca de 20 membros da plateia se levantaram e começaram a gritar slogans anti-Israel. Em seguida, eles atiraram bombas de mau cheiro. “Isto foi muito frustrante para mim, especialmente porque este filme é sobre como entender e respeitar o outro”, disse a diretora.
É neste clima de ódio explícito a Israel e aos judeus — que representam cerca de 1% da população francesa totalizando 600 mil pessoas, comparados aos seis milhões de muçulmanos franceses — que milhares de membros da comunidade judaica botaram um pé na Terra Santa. Cerca de 50 mil famílias francesas adquiriram, nos últimos anos, uma segunda moradia em Israel.
Para este ano são esperados mais de seis mil judeus franceses, que imigrarão para o Estado Judeu, sendo que a quantidade anual tende a aumentar.
Na atual situação de discriminação na França, os judeus franceses estão tendo que optar por apoiar o partido anti-islâmico da Frente Nacional da radical Marine Le Pen, com 46% da comunidade nesta situação, ou emigrar para um país onde encontrarão a definitiva liberdade, igualdade e fraternidade: Israel.
21 de outubro de 2014
Osias Wurman, O Globo
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