Propina que Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido por Pasadena derruba tese de “nada sabia” no governo
19 de setembro de 2014
Nenhuma decisão que envolva grande volume financeiro é tomada na Petrobras sem que o Presidente da República tome conhecimento. Por isso, o Presidentro eterno Luiz Inácio Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff sabiam de tudo, muito mais, e devem ser responsabilizados por atos equivocados tomados pela direção executiva e pelos conselhos de administração ou fiscal. Investidores usarão tal argumento básico para processá-los em Nova York, em cuja bolsa de valores a Petrobras negocia suas ações e onde os políticos brasileiros corruptos não tem influência para garantir sua impunidade ampla, geral e irrestrita, diante de um judiciário lento, covarde ou omisso.
A situação de Dilma é ainda pior por três motivos: ela presidiu o conselhão da estatal na gestão Lula e, quando assumiu, indicou sua amiga pessoal, Maria das Graças Foster, para manter o controle sobre as decisões na empresa – antes comandada por José Sérgio Gabrielli, homem de confiança de Lula, da mesma forma como era o agora vilão-mor Paulo Roberto Costa. Não é surpresa alguma, como revelou ontem o Jornal Nacional da Rede Globo, que “Paulinho” (como Lula o tratava) tenha confessado, na delação premiada, ter recebido R$ 1,5 milhão em propina pela compra da refinaria Pasadena, no Texas, EUA. É surpreendente e uma mega imbecilidade supor que só ele tenha levado vantagem na operação.
Assim que for politicamente conveniente, o Supremo Tribunal Federal será obrigado a avaliar as bombásticas delações de “Paulinho”, já que ele denunciou um grupo de políticos (com o absurdo direito a foro privilegiado) que recebiam propinas dos superfaturamentos em contratos da Petrobras com empreiteiras. O ministro Teori Zavascki é quem terá o espinhoso papel de determinar quem deve ser processado no STF.
A aposta em Brasília é que a lista será influenciada pelo resultado eleitoral. Se os governistas vencerem a reeleição, a pizza de sempre vai para o forno. Se Marina ganhar, o pedaço de pizza sairá mais caro nas negociações de bastidores. Só se o Aécio vencer – e a chance disso parece cada vez mais remota, pela evidente sabotagem sofrida pela campanha do tucano -, o caso Petrobras pode ir adiante. Em um eventual novo governo petista – com Dilma ou na versão repaginada com Marina -, a impunidade é bem previsível.
Até Lava Jato pode acabar impune, no final das contas. Não basta a disposição do juiz Sérgio Fernando Moro em julgar e condenar os corruptos comprovados. Os infindáveis recursos processuais da legislação brasileira em vigor sinalizam que nada se resolve em menos de 10 ou 15 anos. Portanto, o crime terá compensado, quando alguma sentença conseguir transitar em julgado. Os advogados dos réus vão exercitar seu direito a recorrer até a última instância. Tendo políticos poderosos envolvidos no caso, que vai avançar ou parar no STF, a chance de impunidade final é gigantesca. Vide o Mensalão – que só tem Marcos Valério efetivamente programado para ficar muito tempo na cadeia, como bode expiatório-mor. Os demais já estão ou logo ficarão soltos – gozando da cara da maioria dos brasileiros otários.
Tudo negado
Grande dúvida
Será que, até o primeiro turno, estoura alguma bomba sobre o mensaleiro Henrique Pizzolato – que continua preso na Itália?
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil teria muito a acrescentar não só sobre o mensalão, mas também sobre os esquemas que a Lava Jato investiga.
Até porque o poderoso Paulo Roberto Costa – que não era diretor financeiro da Petrobras - controlava 1.832 contas correntes da empresa no mesmo Banco do Brasil...
Dividido
Juro não votar no PT
A dica é dos universitários… Pergunte para eles…
Perdendo a boquinha
19 de setembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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