Nada a ver com o crescimento de Aécio Neves (PSDB): o índice Bovespa disparou nesta terça puxado por boatos de que Marina Silva (PSB) se distanciaria muito de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. Esses boatos se baseiam em pesquisas clone, que tentam imitar a do Ibope. Mas na pesquisa que conta, as duas oscilaram dentro da margem de erro. Marina, que tinha 1, tem agora 3 pontos mais que Dilma – empate técnico no segundo turno.
O mercado se baseia mais em expectativas do que em fatos. E a expectativa, até segunda-feria, era de que a tendência de recuperação da petista continuasse e que Dilma ultrapassaria Marina, ao menos numericamente, na simulação de segundo turno. Como aconteceu o contrário, o mercado entendeu que a campanha negativa do PT na TV deu o que tinha que dar. A confirmar a tese, a avaliação do governo não continuou melhorando.
E O SEGUNDO TURNO?
Parece até que a eleição acabou. Só que não: 27% dos eleitores que hoje declaram voto em Marina no segundo turno dizem que “votariam com certeza” ou “poderiam votar” em Dilma. Mais ainda, 49% dos que hoje dizem que votariam em Dilma no segundo turno admitem também a possibilidade de votar em Marina. Como se vê, as áreas de interseção do eleitorado de ambas é enorme. É isso que mantém a eleição aberta – e não apenas no turno final.
E por que o mercado prefere uma a outra? Nada pessoal. A oportunidade de ganho em caso de vitória de Marina é 50% maior. A vitória da candidata do PSB está “precificada” em 75 mil pontos do Ibovespa. E a vitória de Dilma, em 50 mil pontos. Como o Ibovespa está em 60 mil pontos, há 15 mil pontos a serem ganhos com a eventual alta, contra só 10 mil no caso de queda.
19 de setembro de 2014
José Roberto de Toledo
Estadão
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