A síntese que melhor definiu o drama político do PSB e da ex-senadora Marina Silva foi do ex-secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, para quem "é hora de chorar e trabalhar ao mesmo tempo".
Possivelmente essa dura realidade removeu parcialmente o constrangimento do partido e, ao final, da própria Marina, para que o passo incontornável de consolidá-la candidata em substituição a Eduardo Campos fosse dado antes dos rituais de despedida do ex-governador.
O que isso determina, por ora, é a garantia de um segundo turno, muito embora ele já fosse dado por certo antes da tragédia, pela lógica da soma dos votos dos candidatos de oposição no cenário de queda da candidata Dilma Rousseff.
O raciocínio que leva a esse prognóstico se baseia no maior patrimônio eleitoral de Marina, mas desconhece que o ex-governador ainda iniciaria a campanha na televisão, que além de torná-lo mais conhecido, o vincularia à ex-senadora, consolidando a transferência de votos que se estimava desde a aliança que os uniu.
O dado novo é a tragédia que ganha justificadamente tom emocional e molda o cenário em que a adversidade não subtrai, mas soma. Eduardo se vai, mas deixa o sonho de um novo país que embalará a campanha da coligação.
Não há dúvida do impacto dos acontecimentos para as candidaturas de Dilma Rousseff e Aécio Neves. No primeiro caso, dissipa-se a esperança, ainda que tênue, da vitória no primeiro turno. No segundo, está ameaçada a liderança que o garantia como representante da oposição no segundo.
De imediato, Aécio é o mais atingido se considerada a votação de Marina em 2010, quando teve desempenho melhor nas regiões onde o PSDB se mostra mais forte que o PT. Mas Dilma pode sofrer duro revés com a migração para Marina dos votos brancos e nulos atraídos pelo discurso do novo.
Nesse contexto, profecias estão desautorizadas, mas as especulações são naturais. E nos últimos dias elas incluíram mesmo a possibilidade de um segundo turno sem governo, hipótese baseada na previsão de um efeito avassalador da tragédia política.
O enredo, no entanto, se desenvolverá passo a passo, como impõem as circunstâncias. As chances de Marina serão tanto maiores quanto à sua capacidade de agregar a coligação que tinha em Campos seu poder moderador.
É um desafio ao equilíbrio da ex-senadora, se considerada a necessidade de assimilar que sua "nova política" começa pela convivência com a velha, posto que transformação é processo. O que testará sua capacidade de conciliar utopia e realidade nas doses certas.
Possivelmente essa dura realidade removeu parcialmente o constrangimento do partido e, ao final, da própria Marina, para que o passo incontornável de consolidá-la candidata em substituição a Eduardo Campos fosse dado antes dos rituais de despedida do ex-governador.
O que isso determina, por ora, é a garantia de um segundo turno, muito embora ele já fosse dado por certo antes da tragédia, pela lógica da soma dos votos dos candidatos de oposição no cenário de queda da candidata Dilma Rousseff.
O raciocínio que leva a esse prognóstico se baseia no maior patrimônio eleitoral de Marina, mas desconhece que o ex-governador ainda iniciaria a campanha na televisão, que além de torná-lo mais conhecido, o vincularia à ex-senadora, consolidando a transferência de votos que se estimava desde a aliança que os uniu.
O dado novo é a tragédia que ganha justificadamente tom emocional e molda o cenário em que a adversidade não subtrai, mas soma. Eduardo se vai, mas deixa o sonho de um novo país que embalará a campanha da coligação.
Não há dúvida do impacto dos acontecimentos para as candidaturas de Dilma Rousseff e Aécio Neves. No primeiro caso, dissipa-se a esperança, ainda que tênue, da vitória no primeiro turno. No segundo, está ameaçada a liderança que o garantia como representante da oposição no segundo.
De imediato, Aécio é o mais atingido se considerada a votação de Marina em 2010, quando teve desempenho melhor nas regiões onde o PSDB se mostra mais forte que o PT. Mas Dilma pode sofrer duro revés com a migração para Marina dos votos brancos e nulos atraídos pelo discurso do novo.
Nesse contexto, profecias estão desautorizadas, mas as especulações são naturais. E nos últimos dias elas incluíram mesmo a possibilidade de um segundo turno sem governo, hipótese baseada na previsão de um efeito avassalador da tragédia política.
O enredo, no entanto, se desenvolverá passo a passo, como impõem as circunstâncias. As chances de Marina serão tanto maiores quanto à sua capacidade de agregar a coligação que tinha em Campos seu poder moderador.
É um desafio ao equilíbrio da ex-senadora, se considerada a necessidade de assimilar que sua "nova política" começa pela convivência com a velha, posto que transformação é processo. O que testará sua capacidade de conciliar utopia e realidade nas doses certas.
23 de agosto de 2014
João Bosco Rabello, O Estado de S.Paulo
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