"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

FALTAM DEFINIÇÕES

   


Falta poucos dias para o PT realizar a convenção nacional destinada a oficializar a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição. Dificilmente algum orador ousará propor o “volta Lula”, mas a pergunta que fica é se a decisão dos companheiros convencionais poderá ser considerada definitiva. Melhor aguardar, porque continuando a cair nas pesquisas, a presidente estimula a hipótese de ser substituída pelo antecessor, coisa que a lei eleitoral permite em situações especiais, passíveis de armação. Uma doença grave, por exemplo, mesmo forjada.

Feita a ressalva, importa seguir adiante com os dados disponíveis, ou seja, que Dilma é a candidata e que o Lula multiplicará os esforços para fazê-la vitoriosa. A duvida é saber para que. Até agora não surgiu uma simples indicação por parte da presidente e de seus auxiliares a respeito do que pretendem, no segundo mandato.
Não vale dizer que vão continuar a obra em andamento, já que as ruas e as vaias vem rejeitando a ação e a omissão do governo. Imaginar que a inequívoca reação popular hoje registrada significa a derrota da candidata é assunto para mais tarde.

Por enquanto, vale concluir que falta um programa de campanha para Dilma. Uma definição do que ela deseja em termos de inovação ou recuperação.
Não basta inaugurar obras, distribuir tratores, exaltar as realizações do PAC e fazer da rotina da administração sua bandeira eleitoral. É preciso apresentar um plano de mudanças, um roteiro não só de empreendimentos materiais, mas de ideias capazes de recuperar o apoio perdido. Apontar os novos rumos para o país, os caminhos alternativos para a sociedade.

Torna-se imprescindível para a candidata definir-se, não apenas visando ganhar a eleição, mas em especial para não transformar o segundo governo num aglomerado de frustrações, um  vídeo tape da novela que não deu certo.
Esgotou-se o modelo praticado até agora, sem ter aparecido um sucedâneo em condições de sensibilizar a população. Resta saber se a candidata também esgotou-se.

Estas inúteis considerações valem para os adversários de Dilma. Que metas possuem Aécio Neves e Eduardo Campos, além dos chavões que começam a repetir? Que tipo de Brasil pretendem, nos campos social, político e econômico? Apesar de muita gente séria sustentar que não há mais ideologias no planeta, por conta das contradições verificadas, vale insistir na sua existência.

19 de junho de 2014
Carlos Chagas

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