Eleições: seis partidos ainda precisam fazer convenções nacionais
No sábado (14), o PSDB confirmou a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência, mas ainda não definiu o nome do vice na chapa. No mesmo dia, o PV escolheu para concorrer ao comando do Planalto, o médico sanitarista, Eduardo Jorge, de 64 anos, junto com Célia Sacramento – vice-prefeita de Salvador (BA).
A próxima convenção partidária nacional está marcada para o dia 21, quando o PT oficializará a candidatura de Dilma à reeleição, em Brasília. No dia seguinte, é a vez do PSOL definir seus candidatos. Com a desistência do senador Randolfe Rodrigues (AP), o partido deve lançar o nome de Luciana Genro (RS) para a Presidência da República. O PSOL ainda não tem candidato a vice. Os encontros ocorrem em Brasília.
A gaúcha, que foi deputada federal e estadual por duas vezes, é uma das fundadoras do PSOL – partido criado depois da expulsão dela do PT, em 2003, motivada por divergências entre ela e o governo Lula.
O PP, partido que integra a base aliada no Congresso, deve trilhar o mesmo caminho do PMDB. A convenção no dia 25 deve confirmar o apoio da legenda à reeleição de Dilma e Temer mas, em alguns estados, o posicionamento deve ser o de liberar a legenda para outras alianças. A sigla já promoveu algumas convenções estaduais – em São Paulo e no Rio Grande do Sul, por exemplo. Em território gaucho, assim como no Rio de Janeiro e Minas Gerais, há dissidência, e a legenda vai apoiar o candidato Aécio Neves.
No dia 27, o PCdoB também vai oficializar o apoio ao atual governo e espera a presença da presidenta Dilma Rousseff na convenção que ocorrerá na capital federal.
Pelo PSB, disputam o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade. Os nomes devem ser confirmados pelo PPS no dia 28, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O encontro será conjunto com PPS, Rede Sustentabilidade, PPL e PHS, que também apoiam a chapa Campos e Marina.
O prazo do dia 30 de junho estipulado pela Justiça Eleitoral também vale para as indicações de candidatos a governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputados federais, estaduais e distritais. Depois desse período, os candidatos, os partidos políticos e coligações têm até o dia 5 de julho para pedir o registro dos candidatos às eleições de outubro.
Um tiro no pé
Mauro Santayana
(Hoje em Dia)
Plamen Oresharski, o Primeiro-Ministro da Bulgária, acaba de anunciar a suspensão das obras de um gasoduto a ser construído pelos russos, que serviria para levar gás à Europa, sem passar pela Ucrânia. A decisão foi tomada após reunião de membros do governo búlgaro com uma “delegação” chefiada pelo Senador republicano John Mcain, que se deslocou com numerosos diplomatas para a capital búlgara, Sofia, para pressionar o governo.
Washington quer impedir a construção do gasoduto que passa pela Bulgária, por uma razão simples. Com ele, os russos teriam rota alternativa para levar seu gás à Europa, e poderiam fechar o gasoduto que passa pela Ucrânia quando quisessem, usando dessa prerrogativa para manipular os ucranianos.
Surpreendentemente, em um gesto de abjeta sujeição aos Estados Unidos, a União Europeia apoiou a suspensão das obras, sob alegação de que há dúvidas sobre o processo de escolha dos vencedores da concorrência, e que é preciso assegurar que a obra esteja em conformidade com a legislação européia.
Gennadi Timechenko, que lidera o consórcio vencedor, é um dos empresários russos que está na lista das personalidades sancionadas pelos Estados Unidos depois dos conflitos na Ucrânia.
EUROPA SEM ENERGIA
Sem alternativas para a obtenção de energia, a Europa confia demais no gás de xisto norte-americano, que poderia abastecê-la no futuro. Para que esse gás chegasse ao continente europeu seria necessário gastar dezenas de bilhões de dólares em navios, terminais portuários e infraestrutura. Além disso – e mais importante – descobriu-se agora que as reservas norte-americanas desse combustível fóssil seriam pelo menos dez vezes menores do que foi divulgado inicialmente, devido a falhas da empresa que fez o levantamento de seu potencial para o governo dos EUA.
A situação da Rússia, ainda nesse aspecto, é mais confortável. Na hipótese, improvável, de que a Europa conseguisse diversificar suas fontes de suprimento, trazendo gás dos EUA, ou explorando gás de xisto diretamente, com risco de destruição do subsolo e da contaminação do meio ambiente, os russos teriam como clientes a Índia e a China, com quem acabam de assinar o maior contrato de fornecimento de gás da história, e seus bilhões de habitantes.
Ao endossar a pressão norte-americana sobre o governo búlgaro, a Europa não se tornará menos, mas ainda mais dependente do gás russo, e de um único caminho para obtê-lo. O que ocorrerá se, daqui a alguns meses, a situação na Ucrânia evoluir para uma guerra civil aberta e esse gasoduto for sabotado, e tiver seu funcionamento interrompido em pleno conflito? Os russos ficarão sem receber, a cada mês, o seu dinheiro, mas os europeus congelarão, no inverno, até a medula, sem a alternativa que poderia haver, dentro de um ano, com a construção do ramal que passaria pela Bulgária.
Pornografia e Política
Ruy Fabiano
A novidade da vaia dada no Itaquerão à presidente Dilma foi o seu teor ofensivo, de baixíssimo calão. Sempre se vaiou tudo num estádio de futebol, mas apenas ao juiz estavam reservados os palavrões mais cabeludos. Dilma foi brindada com a novidade, que Lula, com toda razão, classificou de “falta de educação”.
O estranho, no entanto, é que tal puxão de orelha tenha partido de alguém que, no cargo de presidente da República, quebrou todos os protocolos verbais, chamando seus adversários de “babacas”, proferindo com a maior naturalidade e frequência as expressões mais chulas – como “merda”, “tira a bunda da cadeira” – e reclamando do falso moralismo de quem o criticava.
O presidente da República, seja ele quem for, tem, por força do cargo, papel de referência perante o público. Se ele pode dizer palavrões do alto dos palanques, todos se sentem com o mesmo direito. É ele quem, mais que qualquer outro, estabelece os limites verbais e comportamentais que o público há de seguir.
Deve-se ao PT, aliás, a quebra de todos os limites protocolares na política. Pornografia verbal é sua manifestação menos ofensiva. Quando deriva para atos – e atos com dinheiro público -, eis sua forma mais abjeta e deplorável.
LEI DA TELEFONIA
A privatização dos bens públicos, por exemplo. Quando Lula mudou a lei da telefonia e permitiu que seu filho intermediasse a bilionária fusão da Telemar (Oi) com a Brasil Telecom, praticou um ato moral? Antes, a Telemar, da qual o BNDES era sócia, já havia injetado R$ 5 milhões numa empresa de fundo de quintal de Lulinha, a Gamecorp. Isso, sim, é pornografia.
E a Petrobras, que a Polícia Federal diz estar infiltrada por uma “organização criminosa”? E o Mensalão? Lula chamou repetidas vezes José Dirceu de “capitão do time”. Trancafiado na Papuda, seu capitão deixou de ser alguém “de sua confiança”, como disse em recente entrevista em Portugal. Só faltou dizer quem nem o conhecia. Pode haver algo mais pornográfico?
Na campanha eleitoral passada, no cargo de presidente da República, burlava a lei e debochava das multas do TSE, perguntando à multidão quem lhe ajudaria a pagá-la
CONTRADIÇÕES
No Mensalão, uma pornografia institucional, produziu algumas amoralidades. Disse que fora traído, sem mencionar por quê ou por quem. Disse que o PT errara e tinha que pedir desculpas ao povo brasileiro. Depois – e desde então -, disse que o Mensalão jamais existiu, que havia sido uma tentativa de golpe contra ele e o PT.
Tentou induzir o ministro Gilmar Mendes a adiar o julgamento, ameaçando denunciar supostas – e devidamente desmentidas – mordomias que teria recebido por parte do bicheiro Cachoeira.
Reclamou da “infidelidade” de Joaquim Barbosa, dizendo que o nomeara por ser negro e não um jurista competente. Racismo pornográfico, jamais reclamado pelo movimento negro. Sigamos.
Ao receber a faixa presidencial de FHC, disse, com emoção: “Fernando, aqui você tem um amigo”. No dia seguinte, passou a atribuir ao “amigo” todas as mazelas do país, debitando-lhe uma suposta “herança maldita”. Quando se viu ameaçado de impeachment, ao tempo do Mensalão, correu ao “amigo” para pedir auxílio, que estranhamente recebeu.
“UMA AMIGA ÍNTIMA”
E a Rosemary Noronha? Tratava-se de “uma amiga íntima”, sem qualificações técnicas. Mesmo assim, ganhou cargo de primeira na República. Lula, além de levá-la clandestinamente nas viagens internacionais a que a primeirA-dama Marisa não comparecia, criou um escritório da Presidência da República em São Paulo – que não existia antes e deixou de existir depois de exposto o escândalo – e a brindou com a chefia.
De lá, como se sabe, ela passou a influir na nomeação de figuras carimbadas para os mais altos postos da República – figuras que hoje estão aos cuidados da Polícia Federal. Rosemary perdeu status e regalias, mas tem a defendê-la um dos mais caros escritórios de advocacia de São Paulo (remunerado não se sabe como). Mais pornográfico é saber que o caso está envolto em um manto de silêncio.
Mil vezes menos escandaloso é o grito ofensivo da multidão no estádio, cuja construção se deve a Lula, que, por cautela, ausentou-se de sua inauguração. Bertolt Brecht perguntava, com sarcasmo: “O que é um assalto a banco diante do próprio banco?”
A pergunta cabe perfeitamente no caso presente. Não aprovo a conduta da multidão do Itaquerão, mas quem sou eu para lhe dar lições de moral? Transfiro a tarefa a Lula, o grande pedagogo das multidões, que as acostumou ao convívio constante com palavrões e atos políticos pornográficos.
(artigo enviado por Mário Assis)
Novo atrito entre Lula e Dilma, às vésperas da Convenção Nacional
Carlos Newton
Reportagem de Andréia Sadi e Valdo Cruz, na Folha de São Paulo, revela que, numa reunião dos coordenadores da sua campanha à reeleição, em São Paulo, a ausência do assessor mais próximo da presidente Dilma Rousseff gerou mal-estar no Planalto, criando ruído entre aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua sucessora.
O fato concreto é que Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma, não participou desse encontro de Lula com coordenadores da campanha petista há cerca de dez dias, realizado logo após uma reunião do Instituto Lula com cerca de 30 pessoas, que discutiram a conjuntura econômica do país, com críticas abertas ao governo Dilma Rousseff.
A alegação do Instituto Lula foi de que o ex-presidente e os dirigentes do PT aproveitaram a presença dos coordenadores da campanha de Dilma, como o marqueteiro João Santana e o ex-ministro Franklin Martins, para tratar de assuntos da eleição presidencial.
Mas o fato é que Lula está criticando o governo Dilma com espantosa frequência, inclusive publicamente, como ocorreu em evento que teve a participação de Arno Augustin, Secretário do Tesouro Nacional, que foi interpelado diversas vezes pelo ex-presidente, que insistia em apontar erros da política econômica, diante de uma plateia formada por grandes empresários. Depois, disse que estava apenas “brincando” com Arno…
O Chile e as comparações com o Carrossel Holandês
Chico Maia
O Tempo
Há seleções no cenário mundial que nunca recebem muita atenção porque sempre fracassam depois da primeira ou segunda fase das Copas ou nem se classificam para determinadas edições. Na América do Sul, o Chile é o maior exemplo. Mas, na semana passada, o ex-zagueiro Wim Rijsbergen, um dos grandes nomes do “Carrossel Holandês” de 1974 comparou a forma de jogar do atual time chileno com aquele, de Cruyff e cia. Ora, como o Rijsbergen não está senil, fui obrigado a assistir Chile x Espanha com atenção dobrada. Em alta velocidade e rotatividade, os chilenos tontearam a Espanha logo no início, e, no fim do primeiro tempo, sacramentaram a volta para casa mais cedo dos atuais campeões do mundo.
Nem tanto
Achei exagerada a comparação com o “Carrossel”, mas realmente é um time muito bem montado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, que ontem deixou Valdivia no banco, porque tem uma escalação para cada tipo de adversário. Vamos ver se Sampaoli vai conseguir acabar com a sina de perdedora nas primeiras fases da seleção chilena. Liquidou sem grandes dificuldades a Espanha, que mesmo desfigurada técnica e psicologicamente era, até ontem, uma das maiores candidatas ao título desta Copa do Mundo.
Entre os melhores
Que jogaço entre Holanda e Austrália, que não diminuíram o ritmo em nenhum momento sequer da partida. O técnico australiano, Ange Postecoglou, ainda repetiu a estratégia do México de encarar sem medo o Brasil. Uma tática “kamikaze”, do tudo ou nada. Mas, ao contrário do 0 a 0 de ontem, o placar foi 3 a 2 para a Holanda, que passou o maior aperto e teve que jogar tudo que sabe para conseguir vencer.
Ruins demais de serviço
A fragilidade da segurança na Copa voltou a se manifestar escandalosamente antes de Chile x Espanha, quando quase 200 chilenos simplesmente invadiram o Maracanã, sem ingressos. Sobrou para o centro de imprensa do estádio, onde o tumulto gerou pânico e quebra-quebra de equipamentos da estrutura temporária e de jornalistas. Nenhuma das partes do Comitê Organizador assume a incompetência.
Difícil acreditar
A Espanha repete agora a França em 2002 na Copa da Coreia/Japão. Depois de conquistar o Mundial pela primeira vez, chega ao país-sede como candidata natural ao título, cercada de todos os holofotes do mundo. Quando a bola rola, não se vê nem a sombra daquela campeã de quatro anos atrás, cujo futebol ficou adormecido e acomodado nas lembranças da conquista passada.
Exemplo
Grandes lideranças se mostram maiores ainda em momentos adversos cujos atos e palavras têm que ser bem calculados. Provocado nas entrevistas depois da eliminação, o técnico espanhol Vicente del Bosque não perdeu a elegância em momento algum. Assumiu suas culpas, não culpou nem atacou a ninguém, não se esquivou de perguntas nem foi mal educado em nenhuma resposta.
Charge do Duke
A deportação dos torcedores chilenos é gesto desumano e prepotente
Jorge Béja
Os torcedores chilenos presos (ou detidos) ontem no Maracanã não podem ser deportados, ou seja, mandados de volta para o Chile. Fala-se que são 88. Não importa quantos sejam. Se o governo brasileiro decidir deportá-los, cometerá ato desumano e prepotente, muito mais grave e lancinante do que ilegal.
O Brasil sedia uma Copa do Mundo de Futebol, certame que pertence à FIFA. Os estádios foram construídos com o dinheiro do povo para a FIFA. O lucro é da FIFA. Quem dá as ordens é a FIFA. As cidades-capitais do Brasil são apenas sedes. Ainda assim, somos anfitriões. Sem poder de comando, sem autoridade e mesmo inferiorizados e subservientes, o Brasil não deixa de ser o anfitrião.
O ESTATUTO DO ESTRANGEIRO
Esses chilenos só poderiam ser deportados se a entrada deles no Brasil tivesse sido irregular, conforme dispõe o Artigo 57 do Estatuto do Estrangeiro (Lei 6815, de 19.8.1980). E irregular não foi. Eles não são criminosos, não são bandidos, não são nocivos e nem oferecem perigo à segurança nacional e do povo brasileiros. São torcedores de seu país que, no afã de assistirem ao jogo de ontem, no Maracanã, erraram. E erraram feio. Mas erro compreensível.
Não corromperam. Não subornaram. Não receberam propina. Não praticaram malversação dos dinheiros públicos. Não furtaram. Não roubaram. Não assaltaram… quiseram apenas assistir ao jogo. E perderam a cabeça. Dizem que “desacataram e depredaram o patrimônio”!!! E se tanto fizeram, são delitos que não levam o infrator à prisão, nem justifica a deportação, ainda mais “de plano”. A Constituição Brasileira garante-lhes o amplo direito de defesa e o devido processo legal. Não podem sofrer a pena de deportação.
O DIREITO DE FICAR, VER E TORCER
Têm esses torcedores chilenos que vieram ao Brasil o amplo e irrestrito direito de aqui permanecerem entre nós, assistirem aos jogos e depois retornarem ao seu país de origem. Sabe-se que em Direito Penal não há analogia. A lei define se uma conduta é ou não é criminosa, ou contravencional.
Mas indaga-se: se o furto quando é famélico não constitui crime, por que, então, criminalizar e deportar nossos irmãos que viajaram ao Brasil para assistirem e torcerem pela seleção de futebol do seu país? Eles aqui estão exclusivamente por isso. Nada mais que isso. E tomados de forte emoção e longe de casa, de suas famílias, de seus amigos…É inacreditável que para esses chilenos o Estatuto do Torcedor, que a Lei Geral da Copa revogou 29 de seus artigos, seja aplicado, sem piedade, sem compaixão, compreensão e razão.
O Brasil não pode deportar esses torcedores chilenos. Que sejam soltos, se presos ainda estiverem. Que circulem entre nós. Que assistam aos jogos. Que sejam carinhosamente tratados por nós, brasileiros. Presidente Dilma, não permita que o Brasil cometa a barbaridade de mandá-los de volta ao Chile.
Os torcedores chilenos presos (ou detidos) ontem no Maracanã não podem ser deportados, ou seja, mandados de volta para o Chile. Fala-se que são 88. Não importa quantos sejam. Se o governo brasileiro decidir deportá-los, cometerá ato desumano e prepotente, muito mais grave e lancinante do que ilegal.
O Brasil sedia uma Copa do Mundo de Futebol, certame que pertence à FIFA. Os estádios foram construídos com o dinheiro do povo para a FIFA. O lucro é da FIFA. Quem dá as ordens é a FIFA. As cidades-capitais do Brasil são apenas sedes. Ainda assim, somos anfitriões. Sem poder de comando, sem autoridade e mesmo inferiorizados e subservientes, o Brasil não deixa de ser o anfitrião.
O ESTATUTO DO ESTRANGEIRO
Esses chilenos só poderiam ser deportados se a entrada deles no Brasil tivesse sido irregular, conforme dispõe o Artigo 57 do Estatuto do Estrangeiro (Lei 6815, de 19.8.1980). E irregular não foi. Eles não são criminosos, não são bandidos, não são nocivos e nem oferecem perigo à segurança nacional e do povo brasileiros. São torcedores de seu país que, no afã de assistirem ao jogo de ontem, no Maracanã, erraram. E erraram feio. Mas erro compreensível.
Não corromperam. Não subornaram. Não receberam propina. Não praticaram malversação dos dinheiros públicos. Não furtaram. Não roubaram. Não assaltaram… quiseram apenas assistir ao jogo. E perderam a cabeça. Dizem que “desacataram e depredaram o patrimônio”!!! E se tanto fizeram, são delitos que não levam o infrator à prisão, nem justifica a deportação, ainda mais “de plano”. A Constituição Brasileira garante-lhes o amplo direito de defesa e o devido processo legal. Não podem sofrer a pena de deportação.
O DIREITO DE FICAR, VER E TORCER
Têm esses torcedores chilenos que vieram ao Brasil o amplo e irrestrito direito de aqui permanecerem entre nós, assistirem aos jogos e depois retornarem ao seu país de origem. Sabe-se que em Direito Penal não há analogia. A lei define se uma conduta é ou não é criminosa, ou contravencional.
Mas indaga-se: se o furto quando é famélico não constitui crime, por que, então, criminalizar e deportar nossos irmãos que viajaram ao Brasil para assistirem e torcerem pela seleção de futebol do seu país? Eles aqui estão exclusivamente por isso. Nada mais que isso. E tomados de forte emoção e longe de casa, de suas famílias, de seus amigos…É inacreditável que para esses chilenos o Estatuto do Torcedor, que a Lei Geral da Copa revogou 29 de seus artigos, seja aplicado, sem piedade, sem compaixão, compreensão e razão.
O Brasil não pode deportar esses torcedores chilenos. Que sejam soltos, se presos ainda estiverem. Que circulem entre nós. Que assistam aos jogos. Que sejam carinhosamente tratados por nós, brasileiros. Presidente Dilma, não permita que o Brasil cometa a barbaridade de mandá-los de volta ao Chile.
Popularidade de Dilma Rousseff segue em queda, indica pesquisa do Ibope
Grasielle CastroCorreio Braziliense
A pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quinta-feira (19/6) mostra que a popularidade do governo Dilma Rousseff continuou a cair, foi de 36% em março para 31% em junho. Já a confiança na presidente também registrou um declínio de 7 pontos e alcançou a marca de 41%. A aprovação seguiu os demais indicadores e teve recuo, foi de 51% para 44%. Na pesquisa anterior, divulgada em março, a popularidade do governo Dilma Rousseff tinha registrado a primeira queda desde julho do ano passado, com recuo de 7 pontos. Desde março de 2013, a avaliação positiva caiu 32 pontos.
A pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quinta-feira (19/6) mostra que a popularidade do governo Dilma Rousseff continuou a cair, foi de 36% em março para 31% em junho. Já a confiança na presidente também registrou um declínio de 7 pontos e alcançou a marca de 41%. A aprovação seguiu os demais indicadores e teve recuo, foi de 51% para 44%. Na pesquisa anterior, divulgada em março, a popularidade do governo Dilma Rousseff tinha registrado a primeira queda desde julho do ano passado, com recuo de 7 pontos. Desde março de 2013, a avaliação positiva caiu 32 pontos.
Essa é a primeira pesquisa feita após a abertura da Copa do Mundo e a troca de farpas entre os candidatos.
A CNI-Ibope também fez um levantamento sobre a intenção de voto do brasileiro. No cenário espontâneo, a presidente Dilma Rousseff (PT) aparece em primeiro lugar com 25% das intenções de voto, seguida do candidato Aécio Neves (PSDB), com 11%, e do socialista Eduardo Campos, com 4%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o quarto colocado na lista, com 3%. Pastor Everaldo, do PSC, e Marina Silva alcançam a marca de 1%.
Na escolha estimulada com 11 candidatos, a presidente Dilma Rousseff continua na liderança, com 39% das intenções de voto. Em seguida, o candidato Aécio Neves tem 21% e o socialista Eduardo Campos, 10%. Entre os nanicos, o Pastor Everaldo é o melhor cotado, com 3% das intenções de voto, seguido do Magno Malta (PR), 2%, e José Maria (PSTU), 1%.
Em um segundo turno, na disputa entre Dilma e Aécio, 43% dos entrevistados dizem votar na petista e 30% no tucano. Em um eventual cenário, entre Dilma e Campos, a petista continua com 43% das intenções de voto e o socialista fica com 27%.
A CNI-Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 14 e 15 deste mês em 142 municípios. A pesquisa foi registrada do Tribunal Superior Eleitoral sob o Protocolo BR-00171/2014.
Em um segundo turno, na disputa entre Dilma e Aécio, 43% dos entrevistados dizem votar na petista e 30% no tucano. Em um eventual cenário, entre Dilma e Campos, a petista continua com 43% das intenções de voto e o socialista fica com 27%.
A CNI-Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 14 e 15 deste mês em 142 municípios. A pesquisa foi registrada do Tribunal Superior Eleitoral sob o Protocolo BR-00171/2014.
Desânimo no Banco Central com a onda de pessimismo
Vicente Nunes
Correio Braziliense
Executivos de bancos e analistas de mercado que estiveram no Banco Central nos últimos dias notaram um clima de desânimo entre os diretores comandados por Alexandre Tombini. Ainda que o discurso não seja claro, a sinalização é de que a instituição está se sentido isolada num governo que tem metido os pés pelas mãos e correndo atrás dos prejuízos, quando deveria estar se antecipando aos fatos para reverter a pesada onda de pessimismo que está empurrando o país para a recessão.
O BC acredita que já fez a sua parte no esforço a fim de reverter o pior dos males para a presidente Dilma Rousseff na caminhada à reeleição: a inflação alta. Ao elevar a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% para 11% ao ano, desde abril de 2013, a autoridade monetária deu um tranco na atividade, que ajudou a reduzir a demanda e a tirar pressões sobre os preços. Ontem, por sinal, técnicos da instituição chamavam a atenção para o forte recuo do IGP-10, com deflação de 0,67% em junho.
Conforme relatos de executivos e analistas, o BC está convencido de que o quadro preocupante da economia certamente seria outro se houvesse um empenho maior do governo para resgatar a credibilidade na política econômica. Em vez de fazer um ajuste fiscal consistente, o Tesouro Nacional continuou recorrendo a manobras para fechar as contas. Ao contrário de dar um choque de gestão para ampliar os investimentos em infraestrutura, o Palácio do Planalto optou por improvisos que só contribuíram para ampliar o mau humor de empresários e das famílias. Não à toa, os desembolsos para o aumento da produção e o consumo estão em queda.
O que mais preocupa o comando do BC é a falta de perspectivas, garantem os executivos ouvidos pela coluna. Com as eleições chegando, não se espera nenhuma mudança de postura do governo no sentido de reverter a desconfiança. Pior: a se confirmar a contração do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, certamente o fogo amigo vai se virar para a autoridade monetária, acusada de pesar demais a mão sobre os juros e comprometer o crescimento do país justamente no ano de eleições.
TOMBINI É GUERREIRO
Na defesa do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, amigos próximos garantem que não há a menor possibilidade de ele perder o entusiasmo à frente da autoridade monetária. Garantem que, se o desânimo chegar, Tombini terá coragem suficiente para entregar o cargo. “Ele está trabalhando com todas as forças para que a economia tenha o melhor resultado possível neste ano. E podem esperar: a promessa dele de derrubar a inflação vai se concretizar mês a mês. É só ter paciência”, afirma um aliado do comandante do BC.
As forças sociais e a nação
Gaudêncio Torquato
A expressão da vendedora de loja, na ligeira conversa que mantinha com o cliente, é uma síntese do momento: “Parece que o país vai explodir”. Essa é a percepção que preocupa milhões de brasileiros. Mas a explosão a que se referia a lojista não dizia respeito aos urros cívicos de torcedores, face às eventuais vitórias da seleção canarinho nas exuberantes arenas esportivas que passam a acolher o maior evento esportivo mundial. Referia-se à tensão das ruas, às manifestações e aos movimentos que se espraiam por todos os lados. Seu olhar era para a dura realidade que a fez chegar ao trabalho três horas após sair de casa.
O imenso contraste entre o ar pesado do momento e o clima descontraído aponta para múltiplos significados. O primeiro deles é o de que a batizada “Copa das Copas” se desenvolverá sob um tecido social esgarçado, a exibir a incapacidade do Estado no acolhimento às demandas da sociedade.
Causa perplexidade o corpo social em intensa ebulição e por tanto tempo. Alguns perguntam: onde estaria o espírito cordato, a tendência à harmonia, ao diálogo, à confraternização, quando movimentos contestatórios fluem em todas as direções e sob a atenção de um Estado sem condições de acolher reivindicações de setores e categorias? Para começo de conversa, nossa alma pacífica é uma quimera. Se há um traço de união entre os eventos que pontuaram nossa história, ele é a ineficiência do Estado na administração das demandas populares. O clamor das ruas não é de hoje.
O fato é que o Brasil moderno flagra uma sociedade correndo à frente das instituições. Dentro dessa moldura, é possível interpretar o que se passa. Primeiro, é oportuno lembrar os valores que contribuíram para balizar o ethos social. Por aqui, a “estadania” fixou-se antes da cidadania. Os direitos sociais vieram antes dos direitos civis e dos direitos políticos. Tal situação gerou a dependência para com o Estado, que foi obrigado a ampliar os braços assistencialistas que, na esteira da competição política, incorporaram um viés populista.
AUMENTA O COBERTOR...
Infelizmente, o cobertor, em vez de diminuir, aumenta. Veja-se o programa Bolsa Família, que começou com 8 milhões de famílias e, atualmente, conta com 13 milhões, quando a lógica aponta para a diminuição dos assistidos. Chega-se, assim, à esfera da política, que não se renova. Os métodos são os mesmos do passado. Escândalos explodem. A corrupção campeia. Os problemas se repetem.
Sobressaem, na radiografia, o país da sociedade organizada e a estampa de um território de gastos superlativos, obras inacabadas, desvios de dinheiro e escândalos. Ora, não resta outro caminho que o protesto, a indignação. A pimenta nesse caldo é o pleito eleitoral. A violência faz parte da estratégia. A ciência política mostra que, na maior parte das sociedades, a paz cívica é impossível sem alguma reforma, e a reforma é impossível sem alguma violência.
Já os flagrantes de nossas ruas estão a indicar que os confrontos só amainarão quando as estruturas governativas atenderem o clamor social e quando as reformas forem feitas. Enquanto isso não ocorrer, as forças sociais, como locomotiva, continuarão a puxar as instituições. (transcrito de O Tempo)
Fim de um grande time
Tostão
O Tempo
O Tempo
O Brasil, se vencer Camarões, será o primeiro da chave, a não ser que o México goleie a Croácia, o que é muito improvável. Se o árbitro não tivesse anulado os dois gols legítimos do México, contra o time africano, seria hoje o primeiro do grupo.
A seleção da Argentina deve vencer os três jogos e ser também a primeira de sua chave. A Bósnia é superior ao Irã e à Nigéria. O primeiro tempo ruim da Argentina, contra a Bósnia, serviu para o técnico concluir que a melhor formação do time é com dois zagueiros, em vez de três, e três atacantes.
A Alemanha, apesar de ter vencido Portugal com facilidade, deverá ter dificuldades contra Estados Unidos e Gana, duas boas equipes. Há um equilíbrio entre Portugal, Gana e Estados Unidos para definir o segundo classificado, ao lado da Alemanha.
A Bélgica, na vitória de virada sobre a Argélia, e a Rússia, no empate contra a Coreia do Sul, jogaram menos do que se esperava, principalmente a Bélgica, tão elogiada. Mas os dois – Bélgica e Rússia – têm mais chances de se classificar. Argélia e Coreia do Sul são fracas.
Holanda e Austrália fizeram uma excelente partida. Se o modesto e organizado time da Austrália estivesse em um grupo mais fraco, teria chance de se classificar. A contusão do zagueiro da Holanda foi determinante na vitória. Entrou o jovem Memphis, no ataque, pela esquerda, que confirmou sua enorme qualidade.
O Chile, mais uma vez, mostrou sua força, contra a envelhecida Espanha. Os chilenos mostraram amadurecimento. Pela primeira vez, vi um time veloz e insinuante no ataque, sua principal característica, e também muito bem posicionado na defesa, sem deixar espaços nos contra-ataques, que era sua deficiência.
A atuação da Espanha, especialmente de Xabi Alonso, foi desastrosa. Pena que acabou o grande time da Espanha. Terá de ser renovado. Vai deixar muitas saudades.
A despedida saudosa do poeta Augusto Frederico Schmidt
O empresário e poeta carioca Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), no poema “Despedida”, aborda sentimentos guardados desde a infância e que nem todas as pessoas podem entender.
DESPEDIDA
Augusto Frederico Schmidt
Os que seguem os trens onde viajam moças muito doentes com os olhos chorando
Os que se lembram da terra perdida, acordados pelos apitos dos navios
Os que encontram a infância distante numa criança que brinca
Estes entenderão o desespero da minha despedida.
Porque este amor que vai viajar para a última estação da memória
Foi a infância distante, foi a pátria perdida, e a moça que não volta.
Candidatura de José Roberto Arruda em Brasília depende de decisão da Justiça
José Carlos Werneck
A candidatura de José Roberto Arruda, ao governo do Distrito Federal, depende da decisão do Tribunal de Justiça, que já pautou para o próximo dia 25 o julgamento da ação de improbidade administrativa ajuizada contra ele. Se condenado até 5 de julho próximo, prazo final para registros da candidaturas, o ex-governador ficará inelegível. O mesmo se estenderá aos outros réus na mesma ação.
No final de 2013, o ex-governador, alvo da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, foi condenado pela Segunda Vara da Fazenda Pública. O processo é fruto da delação de Durval Barbosa, acusado de ser o operador do esquema de corrupção no governo de Joaquim Roriz, que entregou à Polícia Federal um vídeo em que Jaqueline Roriz, filha do então governador, aparece ao lado do marido no gabinete de Barbosa colocando numa bolsa dinheiro vivo.
O advogado de Arruda, o conceituado criminalista Edson Smanioto, entende que o fato ocorreu durante o governo de Roriz, pai de Jaqueline, e ambos apoiavam outra candidatura, da então vice-governadora Maria de Lourdes Abadia.
- Não é possível imaginar que sua própria filha receberia dinheiro para atuar em favor do adversário do pai – afirma Smanioto.
Atualmente deputada federal, Jaqueline Roriz é também ré nesse processo, junto com seu marido Manoel Neto e o próprio delator Durval Barbosa. De acordo com o Ministério Público, Barbosa passou a entregar dinheiro arrecadado do esquema a Arruda e a quem ele determinasse. José Roberto Arruda chegou a ser preso, pouco depois que o esquema foi descoberto à tona em 2009, com a operação da Polícia Federal.
Em dezembro de 2013, Arruda, Jaqueline e Dias foram condenados a ressarcir integralmente 300 mil reais equivalente ao prejuízo aos cores públicos, além de multa de duas vezes ao rombo causado e pagamento de danos morais de R$ 200 mil cada um, e tiveram suspensos seus direitos políticos por oito anos.
A candidatura de José Roberto Arruda, ao governo do Distrito Federal, depende da decisão do Tribunal de Justiça, que já pautou para o próximo dia 25 o julgamento da ação de improbidade administrativa ajuizada contra ele. Se condenado até 5 de julho próximo, prazo final para registros da candidaturas, o ex-governador ficará inelegível. O mesmo se estenderá aos outros réus na mesma ação.
No final de 2013, o ex-governador, alvo da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, foi condenado pela Segunda Vara da Fazenda Pública. O processo é fruto da delação de Durval Barbosa, acusado de ser o operador do esquema de corrupção no governo de Joaquim Roriz, que entregou à Polícia Federal um vídeo em que Jaqueline Roriz, filha do então governador, aparece ao lado do marido no gabinete de Barbosa colocando numa bolsa dinheiro vivo.
O advogado de Arruda, o conceituado criminalista Edson Smanioto, entende que o fato ocorreu durante o governo de Roriz, pai de Jaqueline, e ambos apoiavam outra candidatura, da então vice-governadora Maria de Lourdes Abadia.
- Não é possível imaginar que sua própria filha receberia dinheiro para atuar em favor do adversário do pai – afirma Smanioto.
Atualmente deputada federal, Jaqueline Roriz é também ré nesse processo, junto com seu marido Manoel Neto e o próprio delator Durval Barbosa. De acordo com o Ministério Público, Barbosa passou a entregar dinheiro arrecadado do esquema a Arruda e a quem ele determinasse. José Roberto Arruda chegou a ser preso, pouco depois que o esquema foi descoberto à tona em 2009, com a operação da Polícia Federal.
Em dezembro de 2013, Arruda, Jaqueline e Dias foram condenados a ressarcir integralmente 300 mil reais equivalente ao prejuízo aos cores públicos, além de multa de duas vezes ao rombo causado e pagamento de danos morais de R$ 200 mil cada um, e tiveram suspensos seus direitos políticos por oito anos.
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