SÃO PAULO - O que é pior: ser vaiado e xingado num estádio ou levar pedradas, pauladas e empurrões na porta de um prédio público?
Lula reagiu com indignação às ofensas que Dilma sofreu no Itaquerão na abertura da Copa. Disse que foi um ato de "cretinice", a "maior vergonha que o país já sofreu", e culpou a elite e a imprensa. Depois, aproveitou para lançar um novo slogan para a disputa presidencial. "Se em 2002 fizemos uma campanha da esperança contra o medo, agora é a da esperança contra o ódio."
Bem diferente foi sua reação em 2000, quando Mário Covas foi agredido fisicamente durante uma greve de professores. O então governador paulista tinha 70 anos, duas pontes de safena e estava em tratamento de câncer. Apanhou simplesmente porque resolveu passar no meio de manifestantes que bloqueavam o acesso à Secretaria da Educação.
Lula, à época, também ficou indignado. Não condenou a "cretinice" nem o "ódio" dos grevistas, mas reclamou muito do tucano. "Covas sentou em cima de um formigueiro", afirmou o petista. Para ele, "não havia explicação lógica para o comportamento" do governador.
Dias antes, o hoje presidiário José Dirceu havia dito num discurso que o governo deveria "apanhar nas ruas e nas urnas". O petista afirmou, posteriormente, que usara o termo "apanhar" como sinônimo de "sofrer derrota" e que o PSDB manipulara sua fala. Manipulada ou não, a declaração foi feita seis dias após o mesmo Covas ter levado uma bandeirada na cabeça em São Bernardo e cinco dias após um militante do PT ter estourado um ovo no rosto de José Serra, então ministro da Saúde, em Sorocaba.
O mais ridículo é que, se o PT no poder fica revoltado até com agressão verbal, o PSDB faz o inverso na oposição. Aécio, em 2000, cobrou do PT uma condenação formal do rapaz do ovo. Agora, ao tratar das ofensas à Dilma, preferiu dizer que ela "colheu o que plantou". Política, realmente, não é para qualquer um.
Lula reagiu com indignação às ofensas que Dilma sofreu no Itaquerão na abertura da Copa. Disse que foi um ato de "cretinice", a "maior vergonha que o país já sofreu", e culpou a elite e a imprensa. Depois, aproveitou para lançar um novo slogan para a disputa presidencial. "Se em 2002 fizemos uma campanha da esperança contra o medo, agora é a da esperança contra o ódio."
Bem diferente foi sua reação em 2000, quando Mário Covas foi agredido fisicamente durante uma greve de professores. O então governador paulista tinha 70 anos, duas pontes de safena e estava em tratamento de câncer. Apanhou simplesmente porque resolveu passar no meio de manifestantes que bloqueavam o acesso à Secretaria da Educação.
Lula, à época, também ficou indignado. Não condenou a "cretinice" nem o "ódio" dos grevistas, mas reclamou muito do tucano. "Covas sentou em cima de um formigueiro", afirmou o petista. Para ele, "não havia explicação lógica para o comportamento" do governador.
Dias antes, o hoje presidiário José Dirceu havia dito num discurso que o governo deveria "apanhar nas ruas e nas urnas". O petista afirmou, posteriormente, que usara o termo "apanhar" como sinônimo de "sofrer derrota" e que o PSDB manipulara sua fala. Manipulada ou não, a declaração foi feita seis dias após o mesmo Covas ter levado uma bandeirada na cabeça em São Bernardo e cinco dias após um militante do PT ter estourado um ovo no rosto de José Serra, então ministro da Saúde, em Sorocaba.
O mais ridículo é que, se o PT no poder fica revoltado até com agressão verbal, o PSDB faz o inverso na oposição. Aécio, em 2000, cobrou do PT uma condenação formal do rapaz do ovo. Agora, ao tratar das ofensas à Dilma, preferiu dizer que ela "colheu o que plantou". Política, realmente, não é para qualquer um.
19 de junho de 2014
Rogério Gentile, Folha de SP
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