BRASÍLIA - O "Dia Internacional de Lutas contra a Copa" virou um dia nacional de mau humor contra um pouco de tudo e de reivindicações as mais diversas pelo país afora.
Sem-teto, sem-terra, metalúrgicos, garis, professores, estudantes, rodoviários, vigilantes, comerciantes, servidores de saúde, funcionários de universidades e, no caso mais grave, os PMs e bombeiros que deixaram Recife nas mãos de assassinos e saqueadores. Aliás, repetindo o que já tinha acontecido em Salvador bem no início da Semana Santa.
É difícil definir o que aconteceu nesta quinta-feira (15) no Brasil, com tantas categorias, tantas reivindicações, tantas reclamações, tantas intenções. Se há um ponto em comum é um mau humor generalizado.
É mais difícil ainda entender o que o ex-presidente Lula pretendeu ao dizer que a Copa no Brasil virou "objeto de feroz luta política eleitoral". Será que ele está acusando as oposições pelos protestos? Não faz sentido, como muitas coisas que Lula joga ao vento não fazem.
É também difícil tentar entender o comercial do PT num clima de mal- -estar generalizado, não só contra a Copa, mas em toda a parte e por motivos difusos: crimes hediondos, linchamentos, assaltos a rodo, depredações de ônibus, uma sensação de que tem alguma coisa errada.
A propaganda do partido do governo é pesada, ameaçadora, e só piora ainda mais o clima. É genialidade demais para nós, meros mortais --para quem alegria combina com continuísmo e mal-estar e mau humor projetam mudança.
As manifestações de quinta-feira, o vandalismo em Recife, a fala de Lula, o silêncio da oposição e a propaganda do PT só confirmam que, como em junho de 2013, o ambiente é confuso e não autoriza certezas. Algo grave está ocorrendo, mas o quê? Uma descrença nas instituições?
E o que todo mundo não consegue saber, inclusive os governos, é se isso vai explodir durante a própria Copa. Tudo indica que vai.
Sem-teto, sem-terra, metalúrgicos, garis, professores, estudantes, rodoviários, vigilantes, comerciantes, servidores de saúde, funcionários de universidades e, no caso mais grave, os PMs e bombeiros que deixaram Recife nas mãos de assassinos e saqueadores. Aliás, repetindo o que já tinha acontecido em Salvador bem no início da Semana Santa.
É difícil definir o que aconteceu nesta quinta-feira (15) no Brasil, com tantas categorias, tantas reivindicações, tantas reclamações, tantas intenções. Se há um ponto em comum é um mau humor generalizado.
É mais difícil ainda entender o que o ex-presidente Lula pretendeu ao dizer que a Copa no Brasil virou "objeto de feroz luta política eleitoral". Será que ele está acusando as oposições pelos protestos? Não faz sentido, como muitas coisas que Lula joga ao vento não fazem.
É também difícil tentar entender o comercial do PT num clima de mal- -estar generalizado, não só contra a Copa, mas em toda a parte e por motivos difusos: crimes hediondos, linchamentos, assaltos a rodo, depredações de ônibus, uma sensação de que tem alguma coisa errada.
A propaganda do partido do governo é pesada, ameaçadora, e só piora ainda mais o clima. É genialidade demais para nós, meros mortais --para quem alegria combina com continuísmo e mal-estar e mau humor projetam mudança.
As manifestações de quinta-feira, o vandalismo em Recife, a fala de Lula, o silêncio da oposição e a propaganda do PT só confirmam que, como em junho de 2013, o ambiente é confuso e não autoriza certezas. Algo grave está ocorrendo, mas o quê? Uma descrença nas instituições?
E o que todo mundo não consegue saber, inclusive os governos, é se isso vai explodir durante a própria Copa. Tudo indica que vai.
17 de maio de 2014
Eliane Cantanhede, Folha de SP
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