"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

ONDE É QUE A COISA PEGA

 

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 A Comcast, maior empresa de TV paga dos EUA, mandou oferta de US$ 45,2 bilhões para comprar a Time-Warner Cable, a segunda maior empresa do ramo naquele país que no início do século 20 levou a democracia para outro patamar e o desenvolvimento humano para alturas nunca antes sonhadas ao decidir que “nenhum dinheiro e nenhum poder que não seja fruto do merecimento”, a síntese da Revolução Americana, já não era o suficiente e que até quando fruto do mérito e alcançada inteiramente dentro das regras do jogo, era preciso haver um limite para o crescimento das empresas privadas ou não haveria jeito do cidadão e do consumidor não serem esmagados e da democracia sobreviver ao poder de corrupção desses monstros.
 
Para exigir o cumprimento desses limites sem misturar outros interesses com essa obrigação, o Estado foi afastado de toda e qualquer atividade econômica, reservando todas as suas forças para fiscalizar e manter a economia privada jogando dentro de regras iguais para todos e obrigando-a a dividir as propriedades que passassem do limite sadio para a preservação da concorrência em benefício do consumidor

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A legislação antitruste e as ferramentas de democracia direta como a do voto distrital com recall, as leis de inciativa popular e os referendos instituídos pelo movimento pelas reformas da “Progressive Era” encerradas em 1914 que tornaram tudo isso possível foram uma revolução dentro da revolução.
 
Hoje, encurralado pela competição dos monopólios chineses e com empregos e salários emagrecendo assustadoramente, o povo que enfrentou e venceu J. P. Morgan, os Carnegie, os Rockefeller e os Vanderbilt juntos está apavorado, aplaude as reedições modernas dos “robber barons”, pedincha-lhes humildemente um emprego, e empurra o Estado de volta para os braços do Capital pra enfrentarem juntos a concorrência chinesa, enquanto todos se acusam uns aos outros pelo que não é culpa de nenhum deles.
 
É por isso que as duas companhias mais odiadas do setor mais odiado pelos consumidores dos Estados Unidos da América podem anunciar festivamente a sua intenção de somar as razões que as fazem tão odiadas, e pode ser que a coisa passe, apesar dos restos da legislação antitruste ainda andarem “em vigor” por lá, como mortos vivos que qualquer sentença judicial provisória derruba.

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 Neste vasto mundo vaso-comunicante criado pela internet, abarrotado com bilhões de miseráveis filhos do socialismo real dispostos a trabalhar por qualquer migalha, é assim: se tem um monopólio num setor competitivo na China, tem de ter um nos EUA também. E se passar a ter nos EUA tem de ser replicado no resto do mundo, só que aí com o dinheiro dos BNDES da vida diretamente na veia porque capital privado forte pra coisas desse calibre só mesmo onde o Estado tinha sido domado um dia.
 
Eis aí o caldo de cultura onde chafurdam as criaturas da classe do PT e as bactérias e protozoários que lhe compõem a ecologia e que engordam em poder e em truculência pelo mundo afora, rindo dos debates dos otários de cujo pânico eles se alimentam.
Já o consumidor, o cidadão, criaturas da democracia, estes cada vez mais, coitados, ó…

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