Cerca de 2 mil jovens voltaram a tomar as ruas de Caracas para protestar contra a violência e a repressão do governo
Aos gritos de "somos estudantes", cerca de 2 mil jovens voltaram às ruas da capital venezuelana, Caracas, nesta quinta-feira à tarde, 13, para condenar a violência e a "repressão" do governo, depois dos confrontos que deixaram 3 mortos e 66 feridos na quarta, 12. "Quem somos? Estudantes. O que queremos? Liberdade", entoava a multidão, nas ruas do leste de Caracas.
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A concentração começou na Praça Altamira, em Chacao, e seguiu algumas centenas de metros na direção oeste. Na quarta-feira à noite, nessa região, um jovem foi morto na batalha campal entre manifestantes e os homens do Batalhão de Choque.
No último dia 12, milhares de pessoas, na maioria estudantes, fizeram uma grande manifestação contra o governo, a maior desde que Nicolás Maduro assumiu a presidência em 19 de abril de 2013.
A marcha foi reproduzida em outras localidades da Venezuela. Em todos os atos, a multidão denunciou a deterioração da economia e dos níveis de segurança, além de pedir a libertação de cerca de 10 jovens detidos nos últimos dias em protestos no interior do país.
Na tarde de quinta-feira, na área central da capital, alguns simpatizantes do governo atenderam ao chamado para uma "marcha antifascista" convocada pelo ministro da Informação, Delcy Rodríguez.
O presidente Maduro denunciou que um golpe de Estado está em desenvolvimento e pediu durante um segundo discurso feito após o registro da morte dos 3 manifestantes a união do povo e das Forças Armadas do país, além da solidariedade dos países da América Latina e do Caribe.
"Hoje temos o coração ferido, porque por responsabilidade de um grupo de fascistas correu sangue de homens, de jovens venezuelanos. Mas aqui estamos, chamo toda a Venezuela a se unidr para repudiar a violência, os fascistas, os que queiram nos impor a intolerância e o ódio", disse Maduro.
Depois disso, a justiça emitiu ordens de detenção para pelo menos três opositores, entre eles o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, sob acusações de assassinato, terrorismo e associação para delinquir, entre outras. "López está em casa, com os advogados. Está na Venezuela, fica na Venezuela e vai aparecer porque não tem nada a temer, porque vai seguir protestando nas ruas", disse Carlos Vecchio, dirigente do partido.
López é um dos três líderes dos protestos contra o governo nas ruas, que têm como lema "A saída".Os outros dois são o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e a deputada María Corina Machado, que tem imunidade parlamentar.
A tática de protestos nas ruas foi chamada de golpista pelo governo e provoca dúvidas na opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), movimento do ex-candidato presidencial Henrique Capriles.
O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com a violência de quarta-feira e pediu calma a todas as partes. "Estamos muito preocupados com as notícias de que o governo tem prendido recentemente manifestantes opositores e com o pedido de detenção do líder e fundador da Vontade Popular, Leopoldo López", afirmou uma fonte do Departamento de Estado.
15 de fevereiro de 2014PORTAL TERRA
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