"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

APAGÃO SEMPRE!



 
Novembro de 2010. Lula, engalfinhado com o mensalão, mas poupado, como até hoje. Auge da campanha para eleger seu mais valioso poste, Dilma Roussef, sua Ministra de Minas e Energia entre 2003 e 2005, mais tarde guindada à Chefia da Casa Civil da República, em substituição ao condenado José Dirceu. Cenário: Manaus. Evento: inauguração do parque termoelétrico movido a gás daquela cidade.

Frase de efeito, proferida no ato, conjuntamente por criador e criatura, capaz de levantar coro eleitoreiro, tendo como alvo certo o governo do PSDB, exercido antes do descobrimento do Brasil em 2003 pelo PT: "Apagão nunca mais". 

O trabalho realizado por Dilma no Ministério das Minas e Energia é visto até hoje  por ela, como uma espécie de Pietá, uma obra que, orgulho de seu autor, de tão perfeita, desafiaria a posteridade.

Hoje, com a campanha para reeleição já operativa, e às voltas com as repercussões da décima, até agora, interrupção importante ocorrida em seu mandato, é natural, portanto, que se volte, apoplética, para os responsáveis pela condução do ONS (Operador Nacional do Sistema), perplexos, sem explicações consistentes, o que a faz emitir uma "gargalhada"  nervosa ao reafirmar o que já havia declarado em 2012, que os raios, hipótese não descartada pelos técnicos, não foram responsáveis pelo recente apagão. 

Por que não assumir, entre outros aspectos, a realidade ditada pelo fato de que a política de investimentos adotada pelo setor responsável  não acompanhou a demanda de energia? que não foram realizados projetos destinados à instalação de linhas de transmissão ligando parques de geração eólica ao utilizador? e que os problemas colocados pelas entidades ambientais, de solução morosa por inabilidade dos negociadores do governo, não permitem que os obstáculos para a construção de novas e necessárias hidrelétricas, sejam removidos? 

E não nos esqueçamos que o recente apagão ocorre num período de baixa atividade econômica. Se os índices de crescimento fossem os sonhados pelo equipe econômica é provável que hoje o mote adequado fosse: "Apagão sempre".
 
08 de fevereiro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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