Corte italiana nega pedido de liberdade a Pizzolato
Ex-diretor do Banco do Brasil, condenado no mensalão, queria aguardar processo de extradição em casa, mas para juízes 'há risco de fuga' por parte do brasileiro
Bolonha (Itália) - A Justiça italiana negou, nesta sexta-feira, 7, o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para acompanhar em liberdade seu processo de extradição. Numa audiência de duas horas no Tribunal de Bolonha, os juízes italianos consideraram que existe "risco de fuga" por parte do brasileiro e optaram por mantê-lo na prisão de Modena.
Jamil Chade/Estadão
Pizzolato deixou a corte italiana em um furgão
As autoridades consideraram que, em razão da fuga do Brasil e dos documentos falsos encontrados no momento da prisão, não haveria possibilidade de permitir nem a liberdade condicional, nem a prisão domiciliar.
O advogado de Pizzolato, Lorenzo Bergami, acredita que ainda poderá apresentar nos próximos dias novo pedido de revisão da decisão de manter seu cliente na prisão.
Após a audiência, Pizzolato retornou à penitenciária de Módena, onde dividirá cela com outros presos, não terá direito a telefone celular e terá autorização para receber visitas em seis a oito ocasiões por mês.
Diante dos juízes, Pizzolato, que usou algemas durante o trajeto para a corte, vestia apenas uma calça jeans e uma camisa.
Nessa quinta, 6, pela primeira vez, a polícia italiana deixou claro que existem "possibilidades legais concretas" de que Pizzolato seja extraditado para o Brasil, mesmo diante do fato de ele ter nacionalidade italiana. Uma decisão final, porém, será política. O Brasil tem 40 dias para apresentar o pedido de extradição. A defesa de Pizzolato acredita que a decisão sobre a extradição saia apenas no fim do semestre.
Na Itália, o ex-diretor deverá responder ainda a processo por falsidade ideológica em razão do uso de documentos falsos. A pena pode chegar a três anos de prisão. No processo do mensalão, Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Contra ele havia a acusação de que teria participado do desvio de R$ 73 milhões do Fundo Visanet para alimentar o esquema.
08 de fevereiro de 2014
Jamil Chade -O Estado de São Paulo
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