"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A DESMORALIZAÇÃO DOS GESTOS

 

 

 

Houve tempo em que os gestos correspondiam às ideologias, às tendências e às corporações. Até hoje, por exemplo, militares batem continência, mesmo quando, nas guerras, generais rendem-se a generais.

Nos tempos do nazismo a moda era esticar o braço e a mão direita, enquanto os comunistas erguiam o punho fechado. Por algum tempo a Humanidade foi atropelada por aqueles símbolos, ainda que exprimissem sectarismo e intolerância.
 
O mundo mudou, à margem das continências militares sobraram em maioria gestos obscenos, mas assistimos agora a fenômeno singular. Estão virando obscenidades as antigas expressões políticas. Só os companheiros entenderam como louváveis e justos os braços levantados de José Genoíno e José Dirceu, no momento em que caminhavam para a cadeia, condenados por corrupção.
 
Pois não é que a moda pegou e surge um falso Vargas, deputado federal pelo Paraná, que nada tem a ver com o verdadeiro, fazendo macaquices do alto da mesa da Câmara. Quis provocar o presidente do Supremo Tribunal Federal, a seu lado, responsável maior pela condenação de uns tantos líderes e dirigentes do PT flagrados em ilícitos penais e hoje presos.
 
Numa volta às décadas de trinta e quarenta do século passado, o deputado encenou espetáculo que Joaquim Barbosa não viu e as próprias bancadas petistas ignoraram. Viveu seus dois minutos de rei da cocada preta, faltando-lhe apenas a farda, não se sabe se igual à usada por Stalin ou por Adolf Hitler. Melhor seria dizer Mussolini, pela semelhança física dos personagens.
 
André Vargas desonrou a função que ocupa, de vice-presidente da Câmara, só faltando gritar “Heil Hitler!” (seria “Heil Lula!”?) ou, como alternativa, dar um viva ao “Guia Genial dos Povos”, no caso Stalin.
 
É por essas e outras que o PT se desequilibra sempre que dá a impressão de haver encontrado um caminho sólido para trilhar. Das cerimônias de abertura dos trabalhos do Congresso, da retomada das sessões nos tribunais superiores e até da substituição de ministros pela presidente Dilma, destacou-se a imagem do trôpego falso Vargas. As eleições de outubro bem que poderiam reconduzi-lo ao esquecimento.
 
DIFÍCIL MAS NÃO IMPOSSÍVEL PERMANECER
 
À exceção de Borges de Medeiros e, mais tarde, de Ildo Meneghetti, mesmo assim dez anos depois, nenhum governador do Rio Grande conseguiu reeleger-se. Tarso Genro vai tentar. Enfrentará a senadora Ana Amélia, muito bem colocada nas pesquisas.
 
05 de fevereiro de 2014
Carlos Chagas

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