O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, cometeu um erro na sua fuga para a Itália, o que acabou levando a Polícia Federal até ele. Segundo informações da PF, ao passar pelo aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, Pizzolato teve de registrar a digital além da foto. Como usava o passaporte do irmão Celso Pizzolato, morto há 36 anos, pelas digitais, foi possível à Polícia Federal identificar que, na verdade, tratava-se de Henrique Pizzolato.
Além disso, a esposa de Pizzolato tinha um carro emplacado na cidade de Málaga, na Espanha, informação que já havia sido repassada à polícia brasileira pelos espanhóis. Esse carro estava na porta de Pizzolato na Itália no momento da prisão.
O ex-diretor do Banco do Brasil estava escondido no apartamento de seu sobrinho, Fernando Grando, que é engenheiro da Ferrari. Após Fernando sair para o trabalho, a polícia percebeu que ele havia deixado a porta aberta e usou de uma estratégia para que Pizzolato fosse até a rua, quando ele foi abordado. O ex-diretor do BB estava acompanhado da mulher Andrea nesse momento e se apresentou como Celso. Mas, após um interrogatório, acabou admitindo a verdadeira identidade.
A polícia fez uma busca e apreensão na residência e encontrou 15 mil euros, além dos documentos verdadeiros do ex-diretor da BB. As autoridades policiais tiveram certeza da localização de Pizzolato na noite desta terça-feira, 4, e aguardaram o dia amanhecer para fazer a abordagem, que ocorreu por volta de 10h30, no horário da Itália.
PEDIDO DE EXTRADIÇÃO
Preso, Pizzolato prestou depoimento nesta quarta e, segundo Roberto Donati, oficial de Ligação da Polícia Italiana no Brasil, a decisão agora sobre se ele será extraditado ou solto será da justiça italiana em razão de ele ter cidadania italiana.
Donati explicou, contudo, que a prisão foi feita com base no pedido de extradição do governo brasileiro e não em razão da utilização de documentos falsos. Será analisado agora se os crimes que ele cometeu no Brasil, que resultaram na sua condenação no processo do mensalão, também são considerados crimes na Itália.
O diretor executivo da Polícia Federal no Brasil, Rogério Galloro, informou, em entrevista coletiva, que o governo brasileiro agora fará um pedido formal de extradição e que já foram abertos inquéritos policiais contra Pizzolato pela falsificação de documentos. O envolvimento da esposa e do sobrinho também serão investigados pela polícia.
05 de fevereiro de 2014
Andreza MataisO Estado de S. Paulo
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