O primeiro: nunca mais na história deste país ouvir um político brasileiro falar que não sabia desse ou daquele escândalo de corrupção.
O segundo: nunca mais na história deste país tomar conhecimento de casos de corrupção exclusivamente porque um caseiro, um porteiro, uma ex-mulher ferida ou uma assessora insatisfeita decidiu fazer uma denúncia.
O terceiro: nunca mais na história deste país ter que ouvir que desvio de dinheiro público para caixa 2 de campanha é mais ou menos grave do que para compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional.
O quarto: nunca mais na história deste país ouvir como justificativa para a corrupção argumentos do tipo “os outros sempre fizeram assim e nunca foram penalizados”.
O quinto: nunca mais na história deste país ouvir um presidente da Câmara dos Deputados dizer que não descarta a possibilidade de dar abrigo político a quem foi condenado por um tribunal livre e democrático.
O sexto: nunca mais na história deste país, ter que entender que a violência e o crescimento do número de assassinatos são acontecimentos incontroláveis e imprevisíveis e que, por isso, a população continuará exposta.
O sétimo: nunca mais na história deste país, ter que entender que os desastres, inclusive a perda de vidas, causados pela chuva são fatalidades, embora aconteçam todos os anos e nos mesmos lugares.
O oitavo: nunca mais na história deste país ter que aceitar que a seca no Nordeste e no Norte de Minas somente será resolvida com muitos recursos financeiros, o que o país e os Estados não têm.
O nono: nunca mais na história deste país ouvir autoridades policiais afirmarem que o crescimento da violência contra a mulher é consequência natural da postura “mais moderna” adotada pelas
próprias mulheres.
O décimo: nunca mais na história deste país ter que aceitar que a miséria, em algumas regiões do país, mata mais do que uma guerra civil.
O décimo primeiro: nunca mais na história deste país ter que assistir a famílias sendo destruídas pelo crack.
O décimo segundo: nunca mais na história deste país ver centenas de pessoas morrendo no trânsito.
O décimo terceiro: não ter que fazer a mesma lista no fim de 2014, como ocorreu em 2013.
29 de dezembro de 2013
Carla Kreefft
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