O Quinto Mundo do clã Calheiros
Alagoas está bombando numa pesquisa mundial de Educação em 65 países. “Bombando” como sinônimo de levar bomba.
O último Pisa, exame promovido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), indicou que o estado dominado pelo clã do presidente do Senado, Renan Calheiros, berço também do inesquecível Fernando Collor, tem o pior ensino do mundo em Matemática, Ciência e Literatura.
O pior do mundo.
Faltam professores. Os professores que aparecem não têm capacitação. A infraestrutura das escolas é precária. Faltam condições de funcionamento nas escolas. Falta piso na sala de aula. Falta limpeza dos banheiros. Falta material. Não há interesse nem de quem ensina nem de quem aprende. Uma estudante de 14 anos, Vanessa Oliveira, disse o seguinte:
“A gente não tem professor de Português e Ciências”.
É um feito impressionante, conseguir ser pior que o Maranhão do clã Sarney, que vem logo depois de Alagoas na nota mundial mais baixa em Matemática.
Que disputa inglória entre esses dois Estados, que produziram políticos ilustres e atuantes! Muito atuantes. Em Educação e em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Alagoas passou o Maranhão (para baixo), mas, quem sabe, o estado de Roseana e de seu pai, no próximo Pisa, consiga novamente ser pior que Alagoas.
Está aí um título mundial que ninguém tira do Nordeste brasileiro. Entra ano, sai ano, essa taça da precariedade da Educação é nossa, comparando com países muito mais pobres do que essa potência que é o Brasil.
Em Alagoas, metade dos alunos está com atraso de pelo menos dois anos letivos. O Estado decretou emergência na Educação.
Como devem dormir os donos de nossas capitanias hereditárias? Certamente muito bem. Comem e domem como reis, locomovem-se em jatinhos, tratam-se em São Paulo, não são pessoas comuns.
Não teria nada contra alguns privilégios do Poder se essas pessoas olhassem pelo Brasil profundo - e tivessem vergonha de suas administrações em seus estados natais, onde criaram seus currais eleitorais e onde se refestelam em férias familiares.
29 de dezembro de 2013
Ruth de Aquino, Época
O pior do mundo.
Faltam professores. Os professores que aparecem não têm capacitação. A infraestrutura das escolas é precária. Faltam condições de funcionamento nas escolas. Falta piso na sala de aula. Falta limpeza dos banheiros. Falta material. Não há interesse nem de quem ensina nem de quem aprende. Uma estudante de 14 anos, Vanessa Oliveira, disse o seguinte:
“A gente não tem professor de Português e Ciências”.
É um feito impressionante, conseguir ser pior que o Maranhão do clã Sarney, que vem logo depois de Alagoas na nota mundial mais baixa em Matemática.
Que disputa inglória entre esses dois Estados, que produziram políticos ilustres e atuantes! Muito atuantes. Em Educação e em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), Alagoas passou o Maranhão (para baixo), mas, quem sabe, o estado de Roseana e de seu pai, no próximo Pisa, consiga novamente ser pior que Alagoas.
Está aí um título mundial que ninguém tira do Nordeste brasileiro. Entra ano, sai ano, essa taça da precariedade da Educação é nossa, comparando com países muito mais pobres do que essa potência que é o Brasil.
Em Alagoas, metade dos alunos está com atraso de pelo menos dois anos letivos. O Estado decretou emergência na Educação.
Como devem dormir os donos de nossas capitanias hereditárias? Certamente muito bem. Comem e domem como reis, locomovem-se em jatinhos, tratam-se em São Paulo, não são pessoas comuns.
Não teria nada contra alguns privilégios do Poder se essas pessoas olhassem pelo Brasil profundo - e tivessem vergonha de suas administrações em seus estados natais, onde criaram seus currais eleitorais e onde se refestelam em férias familiares.
29 de dezembro de 2013
Ruth de Aquino, Época
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