Déficit é de US$ 72,7 bi até novembro e cenário deve se manter assim em 2014. Gastos de turistas preocupam
O Brasil nunca teve um rombo tão grande nas contas externas: US$ 72,7 bilhões acumulados de janeiro a novembro. É o maior já visto desde quando o Banco Central começou a registrar os dados, em 1947. A previsão da autarquia é que o déficit chegue a US$ 79 bilhões até o fim do ano. Apesar de 2014 ser um ano de Copa do Mundo e de retomada do crescimento mundial, o BC traçou um cenário parecido para o ano que vem. Nem mesmo os investimentos estrangeiros devem crescer, a despeito dos leilões de privatização de obras de infraestrutura.
O Banco Central espera um déficit de US$ 78 bilhões para 2014. Aposta que os gastos líquidos com serviços aumentarão substancialmente, de US$ 47,4 bilhões para US$ 51,7 bilhões. Entre eles, está a balança de viagens internacionais. Como nem mesmo o dólar caro consegue frear a vontade do brasileiro de passar férias fora do país, o dinheiro que o Brasil receberá com turistas na Copa do Mundo servirá apenas para evitar um crescimento maior do déficit dessa conta.
Na expectativa do BC, os brasileiros gastarão US$18,6 bilhões a mais que os estrangeiros este ano — até novembro foram US$ 17 bilhões. No ano que vem, esse déficit será de US$ 19 bilhões. As viagens internacionais têm pesado nas contas do país e preocupado autoridades e economistas. Os turistas brasileiros gastaram US$ 1,9 bilhão em viagens ao exterior no mês passado - novo recorde histórico para o mês.
Essas despesas contribuíram para o rombo das contas externas de US$ 5,1 bilhões em novembro. A diferença foi coberta com folga pelos investimentos estrangeiros que entraram no país.
Devido ao pagamento do leilão do campo petrolífero de Libra e de operações da Vale, o investimento ficou em US$ 8,3 bilhões, o maior já registrado em meses de novembro pela autoridade monetária, superando de longe a projeção de US$ 5 bilhões do BC. No ano, o Brasil já recebeu US$ 57,5 bilhões desse tipo de recursos, que chegam para elevar a capacidade de produção das fábricas instaladas no país. A aposta para este ano é receber US$ 63 bilhões, exatamente a mesma prevista pelo BC para 2014.
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