"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

AÇÕES DESPENCAM MAIS DE 9% E PETROBRAS PERDE R$ 20 BI EM VALOR HOJE

 
Ações da Petrobras caem mais de 9% após reajuste aquém do esperado.  A queda ocorre porque o mercado aguardava reajustes de 6% a 10% para o preço da gasolina, além da divulgação da tão aguardada nova fórmula de reajuste automático


A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados em Brasília
Graça Foster, presidente da Petrobras: fórmula de reajuste não é apresentada ao mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

As ações da Petrobras abriram em queda de mais de 9% na manhã desta segunda-feira, após o anúncio do reajuste do preço da gasolina e do diesel anunciado na noite de sexta-feira. A ação ordinária da estatal, com direito a voto, caía 9,06% às 10h45 (horário de Brasília), a 16,66 reais, e a preferencial, sem direito a voto, recuava 6,35%, cotada a 17,90 reais. O Ibovespa operava em queda de 1,62%, a 51.630 pontos. A forte desvalorização representa uma perda de valor de mercado de cerca de 20 bilhões de reais pouco mais de uma hora.
 
A queda ocorre porque o mercado aguardava reajustes de 6% a 10% para o preço da gasolina, além da divulgação da tão aguardada nova fórmula de reajuste automático, que tem como objetivo dar alguma previsibilidade aos gastos da estatal com a oscilação do preço do petróleo. Como o reajuste foi de apenas 4% para a gasolina e 8% para o diesel, e nenhuma fórmula foi divulgada pelo Conselho de Administração da companhia, a reação do mercado à decisão da última sexta deve pautar o movimento da BM&FBovespa nesta segunda. 
 
O desempenho das ações evidencia a decepção do mercado sobretudo com a decisão do Conselho da estatal, mais precisamente da própria presidente Dilma Rousseff, de não autorizar a divulgação de detalhes sobre a nova metodologia de reajustes de combustíveis. Segundo analistas, a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, num momento em que a empresa absorve forte defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais.
 
Na noite de sexta-feira, a estatal anunciou o reajuste de preços nas refinarias de 4% na gasolina e de 8% para o diesel, já como consequência de uma nova política de preços. O impacto dessa alta nas bombas não deve passar de 2% para a gasolina e 4% para o diesel. No entanto, a empresa disse que "por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia". A declaração priva o mercado de informações essenciais sobre o que esperar da companhia para os próximos trimestres.

Vídeo: Saiba por que o preço dos combustíveis terá de subir

Transparência - Para analistas do Itaú BBA, a falta de transparência preocupa. "Ninguém sabe exatamente quais são os indicadores ou quais são os gatilhos ou períodos para as revisões, deixando espaço para potenciais manobras nos preços". Nós nos questionamos o que realmente mudou", disseram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, em nota a clientes no fim de semana.
 
O Credit Suisse rebaixou, no domingo, a recomendação para as ações da empresa para "underperform" (abaixo da média do mercado). O preço alvo das ADRs (ações da estatal negociadas em Nova York) está estimado pelo banco em 14 dólares.
 
"Aumentos tímidos nos preços e uma metodologia de precificação opaca deterioram a percepção sobre a governança corporativa, enfraquecem a posição de uma equipe de gestão forte e técnica, têm um significativo impacto nos lucros e na avaliação e deixam o balanço financeiro extremamente frágil em meio a um 2014 cheio de incertezas", disseram os analistas Vinicius Canheu e Andre Sobreira, do Credit Suisse, em relatório a clientes.

Por que o preço dos combustíveis terá de subir



02 de dezembro de 2013
Veja
(Com Reuters)

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