É evidente que é muito difícil medir o tamanho desse contingente de petistas que está o tempo plugado, fazendo a defesa do governo da presidente Dilma Rousseff. É muito provável que o número petistas de plantão na internet não seja muito grande.
Mas a questão é que eles são, normalmente, formadores de opinião, conseguem se comunicar com um outro número de pessoas que exercem, de alguma forma, liderança social e têm uma capacidade de capilaridade considerável.
Ou seja, as notícias se espalham rapidamente e alcançam várias camadas da sociedade.
Assim, a tentativa de culpar as elites e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pelas prisões dos condenados pelo mensalão estão dando certo. Há um verdadeiro exército de pessoas recebendo mensagens que mostram Barbosa como o responsável por uma grande injustiça, detalham esquemas de corrupção ligados a outros partidos políticos, fazem denúncias contra nomes de destaque do PSDB e respondem a todas as críticas que os tucanos fazem às administrações petistas nos governos federal e estaduais de maneira quase que instantânea.
O resultado desse investimento petista, que foi intensificado há duas semanas, começa a aparecer nas pesquisas. Em uma delas foi registrado um aumento das filiações ao PT. Outras mostram que a popularidade da presidente Dilma Rousseff – que foi abalada após as manifestações de junho, mas voltou a subir – não registra novas quedas.
NADA DE NOVO
O que o PT está fazendo nada tem novo. O partido resolveu fazer o embate fora da institucionalidade e de uma maneira extremamente moderna. É a velha disputa pelo apoio da sociedade – coisa que o partido fez muito quando era oposição. Não há dúvida que esse é um trabalho que o PT conhece bem e tem grande chance de ser bem-sucedido.
Enquanto isso, o PSDB caminha ainda em ritmo lento na condição de oposição ao governo federal. É verdade que o senado Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso engrossaram o discurso. Mas a disputa dos tucanos continua restrita à institucionalidade.
O partido ainda não conseguiu penetrar de forma efetiva nos movimentos mais organizados da sociedade e capazes de reproduzir opinião.
Há sem dúvida uma série de fatores que aponta para a eleição do ano que vem como mais disputada do que as anteriores. Mais candidatos devem enfraquecer um pouco a polarização, mas o PSDB precisa se movimentar mais.
(transcrito de O Tempo)
02 de dezembro de 2013
Carla Kreefft
Nenhum comentário:
Postar um comentário