Ministro tem 16% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope. Para especialistas, resultado é importante para definir as alianças, mas pleito ainda está indefinido
Ministro da Pesca, Marcello Crivella Ailton de Freitas / O Globo
Líder na pesquisa do Ibope para o governo do Rio, com 16%, o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), afirmou ontem que manterá a pré-candidatura, apesar do assédio do PT para que ele apoie o senador petista Lindbergh Farias. Crivella avalia que o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), com 4%, “dificilmente vai para o segundo turno”.
— Convocado pelo povo, não hesito. Deus me poupou o sentimento de medo — respondeu Crivella, por e-mail.
O vice-governador rebateu:
— Vou para o segundo turno. Tenho o apoio de prefeitos e defenderei o melhor governo do Rio dos últimos 40 anos. Teremos um governo para mostrar na propaganda eleitoral.
Na pesquisa divulgada ontem, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) tem 13% e Lindbergh tem 11%, numa eventual disputa contra dez candidatos.
Garotinho questionou o resultado da pesquisa e disse que não a leva em consideração:
— É uma pesquisa que não tem o menor fundamento — disse ele, afirmando que tem pesquisas próprias indicando que estaria liderando a disputa com 25%, seguido de Crivella (18%) e Lindbergh (12%).
Lindbergh comemorou:
— Minha candidatura é a que tem mais potencial de crescer. Não sou um nome conhecido como o Garotinho, que já foi governador, e nem o Crivella, que disputou várias eleições.
Disputa pelo voto do interior
Dados da pesquisa mostram que Garotinho e Crivella brigam pelo voto do interior e evangélico. Os dois apresentam percentuais próximos nesse eleitorado, sendo esses números maiores do que os obtidos entre os eleitores da capital e católicos. Lindbergh não desponta em nenhum desses grupos, tendo percentuais mais homogêneos, em torno de 12%.
Pezão, que é do interior, atinge nessa parte do estado seu maior percentual de votos: 8%. Na capital e na periferia, ele fica com 3%. Outro dado sobre o pré-candidato do PMDB é que, mesmo entre os que avaliam o governo de Sérgio Cabral como ótimo ou bom, apenas 10% votariam em Pezão se a eleição fosse hoje. Os percentuais de Crivella, Lindbergh e Garotinho variam de 17% a 15%.
Para cientistas políticos, os números de pesquisas como esta terão papel importante na definição de alianças.
O professor Ricardo Ismael, da PUC-Rio, diz que quem surge com melhor desempenho pode angariar mais apoios:
— Essa pesquisa serve mais para definir alianças e para que os pré-candidatos comecem a pensar no financiamento de campanha.
— A turma só entra no clima lá para junho. Vamos ter que esperar um pouco mais para ver o que vai acontecer, de fato, aqui no Rio. Até lá, tudo pode mudar bastante — observa Marcus Figueiredo, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp).
27 de novembro de 2013
Cássio Bruno -O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário