"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

FATOS, FOFOCAS E DEDUÇÕES

 

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É óbvio que existem falcatruas em todo o mundo. No Brasil, parecem aumentar. Ninguém é bocó, idiota, para achar que não ocorrem no futebol. Mas, nesse caso, acreditar e divulgar, com tanta ênfase, a absurda suspeita de marmelada no jogo entre Vasco e Cruzeiro, baseada em um diálogo irônico, provocativo e frequente nessas situações, é uma irresponsabilidade. É uma ofensa a profissionais corretos, como Júlio Baptista, Dedé e o técnico Marcelo Oliveira.

O zagueiro Cris disse para Júlio Baptista amaciar, e ele respondeu, com a cara brava, para o Vasco fazer mais gols.

Neste mundo com excesso de informações, as fofocas, mesmo quando ridículas e desmentidas, são, com frequência, transformadas em fatos. Se você quiser ter uma boa audiência, crie uma fofoca. Já se tiver uma boa ideia, uma dedução para ser discutida, baseada em indícios consistentes, poucos vão te dar bola, ainda mais se você não participar de um grupo.

Deduzir e imaginar são muito diferentes de fofocar. Deduzo que Felipão, antes de sair do Palmeiras, já tinha conversado com a CBF, baseado no fato de ele ser assessor do Ministério dos Esportes. Não sei o que ele fazia. Escrevi, na época, uma crônica fictícia, em que Mano Menezes dizia ao psicanalista do medo de perder o lugar para Felipão. A ficção estava próxima da realidade.

Imagino ainda que houve um plano, elaborado em importantes gabinetes, de que era preciso criar um ambiente de otimismo, de paixão do torcedor pela seleção, e que ninguém era melhor para isso do que Felipão. Deu mais certo do que se previa, pois o time também melhorou muito.

Quando Seedorf fala, não é necessário deduzir. Ele é claro, direto. Com franqueza e aversão ao oba-oba, ele disse, no programa Bem, Amigos, do SporTV, que Ganso não pode ser analisado por belíssimos lances isolados, que ele não faria o mesmo na Itália, por ter que enfrentar melhores defesas, e que ele só será um craque quando jogar com mais intensidade.

Seedorf falou ainda, contrariando os que queriam agradá-lo, que a Holanda não está entre os principais candidatos ao título mundial, e que a Alemanha é a maior favorita, para surpresa dos que pensavam que ele iria fazer média com o Brasil.

Não concordo com tudo o que Seedorf disse, pois vejo Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina com chances iguais, porém passei a admirá-lo ainda mais.

FLAMENGO E PONTE

Por fim, deduzo que o Flamengo, por jogar no Maracanã, e a Ponte Preta, por ter vencido o primeiro jogo por 3 a 1, têm mais chances de serem vitoriosos, mas não ficarei surpreso se ocorrer o contrário. Além das qualidades do Atlético-PR, outro perigo para o Flamengo, por ter a vantagem do 0 a 0, é não procurar o gol, levar um e perder o jogo, como aconteceu com o Cruzeiro, contra o próprio Flamengo, na Copa do Brasil.

TROFÉU GUARÁ

Na última segunda-feira, aconteceu o lançamento do livro “Troféu Guará, 50 anos de história”, escrito pelo jornalista Alexandre Siqueira. O Troféu Guará, promovido pela Rádio Itatiaia, é a mais tradicional premiação do esporte mineiro. O livro mostra a história do troféu, com depoimentos de pessoas que fizeram parte dela. Orgulho-me muito disso.
Infelizmente, o América não conseguiu uma das quatro vagas de acesso da Série A para a Primeira Divisão do Brasileiro. Talvez tenha sido melhor, pois a equipe não tem condições de se manter entre os 20 melhores. O América precisa crescer aos poucos, como clube, como tem feito, para ser um habitual frequentador da elite do futebol nacional.

27 de novembro de 2013
Tostão
(O Tempo)

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