Em outubro, autoridades do Paraguai disseram ter frustrado um plano que usaria um carro com 85 quilos de explosivos para libertar um traficante preso.
Dias depois, em um vídeo, homens armados ameaçaram matar o procurador-geral do país.
Em seguida, vieram duas mortes arrepiantes: um advogado que representava chefes do tráfico de drogas foi assassinado e uma jovem foi esfaqueada até a morte enquanto visitava um traficante de drogas na prisão.
“Esses incidentes parecem cenas que você só vê nos filmes”, disse Arnaldo Guizzio, chefe da agência antinarcóticos do Paraguai.
Esses crimes têm uma coisa em comum: o caos brasileiro.
Depois de gerar um nível recorde de violência no Brasil, a guerra pelo controle do tráfico de drogas está se espalhando para o Paraguai.
O Paraguai compartilha com o Brasil uma fronteira de 1.365 quilômetros escassamente policiados e há muito tempo é um centro de contrabando e lavagem de dinheiro.
O país é um grande produtor de maconha, tem um forte mercado de armas e serve de rota para a cocaína embarcada na Bolívia.
Mas, agora, as facções brasileiras estão explorando as permissivas leis de armas paraguaias, a corrupção policial e o sistema de justiça frágil para estabelecer uma base mais permanente.Adaptado da fonte Estadão
19 de dezembro de 2018
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