"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 14 de março de 2018

SE NÃO OBTEVE INFORMAÇÕES SIGILOSAS, A DEFESA DE TEMER VACILOU

Quebra de sigilo
Charge do Baggi (Jornal de Brasília)
A defesa do presidente Michel Temer afirma que, ao contrário do que suspeita o ministro Luís Roberto Barroso, não obteve informações sigilosas sobre o inquérito dos portos.Na semana passada, Barroso mandou investigar se houve vazamento no caso. O Planalto respondeu que os números das petições sigilosas citadas pelos advogados de Temer estavam no site do STF.
Não deixa de ser curioso que o tribunal tenha publicado, mesmo que de forma cifrada, dados que deveriam estar protegidos por segredo do Justiça. Mesmo assim, um conhecedor da investigação notou um problema na explicação do governo.
OS NÚMEROS – O “Diário da Justiça Eletrônico” publicou os números das petições, sem informar seu teor, nos dias 18 de dezembro e 9 de janeiro. E a defesa de Temer só pediu acesso a elas em março, quando o ministro Barroso já havia quebrado o sigilo bancário do presidente.
É tarefa básica, para todo escritório de advocacia, monitorar diariamente os processos que envolvem seus clientes.
Se for verdade que não houve vazamento de informações sigilosas, os defensores do presidente dormiram no ponto. E foi um sono profundo, que durou quase três meses.

14 de março de 2018
Bernardo Mello Franco
O Globo

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