As declarações do marqueteiro Elsinho Mouco, confirmando que Michel Temer “já é candidato” à reeleição, demonstra a euforia do núcleo duro do Planalto com os resultados iniciais da jogada de marketing político-eleitoral que permeia o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. A confirmação da candidatura de Temer é resultado do trabalho de Mouco e de outros marqueteiros consultados por Temer, como Nissan Guanaes e Antonio Lavareda.
Esse esforço para melhorar a popularidade do presidente começou em junho do ano passado, quando Temer convocou Elsinho Mouco para trabalhar no Planalto e passar a ser o alter ego da comunicação social do Planalto.
NEGÓCIO FECHADO – Elsinho Mouco, que foi responsável por campanhas eleitorais de Temer e presta serviços ao PMDB há pelo menos 15 anos, aceitou o desafio. Desde o impeachment, ela já vinha trabalhando para o Planalto, responsável pela imagem do presidente. Foi ele quem cunhou o slogan “Ordem e Progresso”, que remonta aos primórdios da República, e o “Bora, Temer” para contrapor a “Fora, Temer”.
O novo acerto com Temer foi contrato de exclusividade, cujo valor é mantido em sigilo. O que se sabe é que em agosto Mouco assumiu o cargo de diretor da agência Isobar (antiga Click), contratada pelo governo, e ganhou uma sala no Palácio do Planalto, onde instalou sua equipe, também remunerada pelos cofres públicos.
O acordo com Temer incluiu também pagamentos diretos à agência de publicidade Calia Y2 Propaganda e Marketing – que pertence a Elsinho Mouco, mas está no nome de um irmão dele.
GASTOS EM ALTA – Os pagamentos à agência da família Mouco cresceram 82%. Em todo o período de Dilma (janeiro de 2011 a maio de 2016), a média mensal de despesas com a Calia foi de R$ 3,3 milhões, contra cerca de R$ 6,5 milhões no governo Temer.
Os valores foram atualizados pela inflação. Só em 2017, os desembolsos de janeiro a agosto alcançam R$ 64 milhões, mais do que em qualquer ano de administração da petista Dilma Rousseff. De lá para cá, o céu é o limite, porque todos os ministérios estão irrigando os cofres da mídia.
INTERVENÇÃO – Para lançar a candidatura de Temer, era preciso uma ação de impacto, como a intervenção federal no Rio. No dia seguinte ao decreto, Temer se reuniu com Elsinho Mouco e Antonio Lavareda no Alvorada, em clima de festa, para analisar os primeiros resultados.
Na avaliação do Planalto, o primeiro objetivo já foi alcançado. O presidente arrancou a principal bandeira de Jair Bolsonaro, que tem prometido usar as Forças Armadas para combater o crime.
O sonho do Planalto, segundo o marqueteiro Mouco declarou a Bernardo Mello Franco, é deixar os escândalos de corrupção para trás e vender o presidente como um “político corajoso”.
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P.S. 1 – Surpreso e enfurecido com a inconfidência de Mouco, Temer mandou o porta-voz Alexandre Parola desmentir a candidatura, em linguagem de cerca-Lourenço, sem citar Mouco nem a eleição. Na verdade, tudo é possível nessa era de realidade virtual, especialmente a criação de falsos mitos, como Michel Temer. Mas não será nada fácil “deixar para trás” os escândalos de corrupção. Mesmo na vida virtual, tudo tem limites.
P.S. 1 – Surpreso e enfurecido com a inconfidência de Mouco, Temer mandou o porta-voz Alexandre Parola desmentir a candidatura, em linguagem de cerca-Lourenço, sem citar Mouco nem a eleição. Na verdade, tudo é possível nessa era de realidade virtual, especialmente a criação de falsos mitos, como Michel Temer. Mas não será nada fácil “deixar para trás” os escândalos de corrupção. Mesmo na vida virtual, tudo tem limites.
P.S. 2 – Durante quase um ano a “Tribuna da Internet” vinha publicando, com absoluta exclusividade, os preparativos para o lançamento da candidatura de Temer. Tudo rigorosamente verdadeiro, como agora ficou comprovado pelas declarações do próprio Elsinho Mouco, que é uma espécie de “personal trainer” de Temer e sabe como se tornar milionário sem usar caixa 2 e cometer os erros de outros marqueteiros, como Duda Mendonça e João Santana. (C.N.)
22 de fevereiro de 2018
Carlos Newton
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