"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

DEFESA DE CABRAL USA INTERVENÇÃO COMO PRETEXTO PARA VOLTAR À 'CADEIA SPA' NO RIO


Caberá ao ministro Gilmar Mendes analisar o caso
A defesa do ex-governador Sérgio Cabral do Rio (MDB) afirmou que a intervenção federal no Rio de Janeiro põe fim às motivações que levaram o emedebista a ser transferido da prisão de Benfica, no Rio, para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR). A manifestação foi feita ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira, dia 19.
REGALIAS – Os advogados tentam levar Cabral de volta ao Rio, por meio de um habeas corpus que está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. “Parece ter sido derreada a base da decisão aqui impetrada, já que ela foi toda centrada em supostas regalias que o paciente estaria obtendo, na unidade prisional em que se encontrava, devido a sua boa relação com algumas autoridades”, diz a defesa.
O advogado Rodrigo Roca ainda afirma que com o “novo cenário” da administração penitenciária do Rio, se havia algum receio sobre os “supostos” benefícios”, ele “evidentemente não existe mais”, reforçando o pedido para que Cabral volte a ficar preso em Benfica.
A defesa ainda pede que, caso Gilmar decida levar o habeas corpus para ser julgado pelo colegiado da Segunda Turma do STF, “ao menos” atenda liminarmente o pedido para que o interrogatório de Cabral, marcado para o próximo dia 27, seja suspenso até que o pedido de transferência seja julgado definitivamente.
PGR –  Em manifestação enviada a Gilmar na última semana, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu que o ministro rejeite o habeas corpus. O emedebista acumula 87 anos de prisão em condenações. Raquel afirmou que ‘muitos dos benefícios verificados até seriam esperados em um sistema prisional, tais como colchões diferenciados, porém, na maneira verificada, ao contrário de acatamento aos objetivos de um estabelecimento prisional, indicam um tratamento não isonômico, privilegiado, em razão das influências espúrias que o custodiado exercia sobre as autoridades carcerárias locais’.
“O paciente é ex-governador do Estado onde estava privado de sua liberdade e os fatos documentados, fotografados e indicados, bem demonstram que ainda exerce influência sobre as autoridades carcerárias locais, a ponto de obter benefícios não isonômicos”, afirmou a procuradora-geral.

22 de fevereiro de 2018
Amanda Pupo
Estadão

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