"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

UM CHACAL ESTÁ SOLTO NAS RUAS



Sob o comando do reincidente Lula, Zé Dirceu, “capitão” petista condenado a 30 anos de cadeia por lavagem de dinheiro, corrupção e partícipe de organização criminosa (mas, por enquanto, saltitante nas baladas por obra e graça da gente amiga do STF), partiu para o ataque.

Ciente de que no Brasil tudo lhe é permitido, o agente cubano, procurando intimidar os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgarão recurso procrastinador do ex-presidente Lula (condenado a nove anos e meio de prisão), vociferou em calculada ira: “A hora é de ação, não de palavras. De transformar a fúria, a revolta, a indignação e mesmo o ódio em energia para a luta e o combate. Todos a Porto Alegre, no dia 24, o dia da revolta”. Vejam só a ousadia do criminoso!

Na ordem prática das coisas, o astro do mensalão quer que os bem-remunerados profissionais do MST, CUT, UNE, corporações artísticas e petistas terceirizados nas bocadas do governo, transformem as imediações do TRF-4 em praça de guerra, com muito sangue, bombas incendiárias, atos de terror e, se tudo “correr bem”, alguns cadáveres. Será, na ópera do malandro, o exercício do “quanto pior, melhor”.

Mas o problema consiste em como evitar a reação inversa de 59 % da população brasileira que exige ter Luiz Inácio, o quanto antes, por trás das grades (vide a Lei de Newton: “A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade” – ou maior, digo eu).

Lula é um cego moral. Sujeito ruim, irresponsável. (Vá lá, uma “jararaca”). Para fugir da cadeia, tida como certa, chafurda histérico em cima de candidatura inviável, açulando uma massa (de manobra) inebriada pela mentira. Mas, repito: o governo Lula não é nada do que ele inventou e a mídia amestrada incensa. No livro “A Era Lula – Crônica de um desastre anunciado” (Girafa Editora, São Paulo, 2009) fiz levantamento minucioso dos dias inglórios do seu “governo socialista”, em que dava conta, entre tantas misérias, de acontecimento simbólico: a imolação do operário José de Souza, pedreiro desempregado que ateou fogo ao próprio corpo defronte ao Palácio do Planalto, sob os olhares indiferentes do “líder carismático” e sua patota.

(A propósito, neste sentido, como a denunciar a realidade vivida naqueles anos de muita propaganda enganosa e a vasta pilhagem, relatório do Banco Mundial publicado no final de 2017 dá conta de que 1/4 da população brasileira se viu reduzida à extrema pobreza, sendo que, no escopo, 22% vegetava abaixo da linha da pobreza, auferindo entre US$ 1,90 e US$ 5,5 por dia).

Nos dois mandatos de Lula foram denunciados cerca de 4.200 escândalos, entre os quais, cito de memória, as falcatruas do abominável tesoureiro petista Delúbio Soares e do corrupto Marcos Valério, as orgias do poderoso ministro Palloci, o ativismo corrupto do líder parlamentar José Genoino, o caso do AeroLula, as recepções de dólares contrabandeados de Cuba, os milhões manchados de sangue enviados pelo ditador (“amigo, irmão e líder”) Muammar Kadafi, os desvios de recursos das “parcerias (putarias) público-privadas”, o aparelhamento em massa do Estado pelas hordas do PT, as extorsões milionárias do assessor político José Waldomiro, as manobras do marqueteiro Duda Mendonça, os rombos dos sigilosos cartões corporativos, etc, etc, etc – para não mencionar o já clássico “mensalão”, prenúncio do Petrolão e da institucionalização da corrupção enquanto prática política.


Alguns observadores do imbróglio tupiniquim entendem que os três juízes do TRF-4 votarão pela condenação de Lula e, neste caso, adeus candidatura do réu já condenado. Mas outros acham que o TRF-4 o condenará por dois votos contra um, dando a Lula, assim, respaldo para que ele continue no jogo. No fundo, é tudo trololó acadêmico, pois o sr. Jararaca, perdendo por qualquer placar, vai apelar para o STF, onde conta com admiradores ferrenhos, muitos dos quais nomeados por ele próprio. (O tratamento dispensado ao agente Zé Dirceu, livre das grades, é sintomático).

Detalhe: no plano das pesquisas de intenções de votos publicadas pelo Datafolha, Lula continua na frente, congelado em 35% das intenções, enquanto Bolsonaro, em segundo lugar, não passa de 17% na preferência do eleitorado. O Datafolha, como todos sabem, pertence ao grupo da Folha de São Paulo, jornal 100% às esquerdas. 
Sua metodologia de amostragem é pra lá de suspeita. Em 2016, nos atos de protesto do povo contra Dilma e Lula efetuados na Av. Paulista, o Datafolha contabilizou a presença de 600 mil pessoas, enquanto o idôneo Instituto de Pesquisa StoreSmarts, por exemplo, anotou o movimento de 1.48 milhão de manifestantes. É preciso dizer mais?

Mês passada, a empresa de consultoria Big Data divulgava que 32% dos brasileiros residentes nos Estados Unidos tinham intenção de votar em Bolsonaro, enquanto Lula somava apenas 9%. Por sua vez, o Instituto Paraná, em Curitiba, informava que o petista não passava de 25% nas intenções de voto.

Moral da história: mesmo perdendo é preciso que caia sobre o costado de Lula, o Chacal, a verdade do encarceramento.


02 de janeiro de 2018
Ipojuca Pontes, cineasta, jornalista, e autor de livros como ‘A Era Lula‘, ‘Cultura e Desenvolvimento‘ e ‘Politicamente Corretíssimos’, é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.

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