Sempre em cima do lance, o jornalista Lauro Jardim publicou neste domingo a seguinte nota em seu blog: “Em privado, Henrique Meirelles já admite que só será candidato a presidente se Michel Temer assim o quiser. Ou seja, se o governo escolhê-lo para defender o seu legado. Fora disso, não há o que Meirelles possa fazer”.
A informação é da maior importância e reflete a disputa que agita os bastidores do governo, travada entre o presidente Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles. Em tradução simultânea, a nota de Lauro Jardim significa que Meirelles esta fazendo um recuo estratégico, na tentativa de conseguir que Temer diminua a pressão sobre ele.
Trata-se de um enfrentamento que só tende a se agravar, à medida que se aproxima a eleição. É uma questão já definida desde as origens da Física, mas que serve também para a Política – dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, ao mesmo tempo.
CANDIDATO DE CENTRO – Em função da derrocada da esquerda, causada pela Era do PT, há uma crença de que, com Lula fora da disputa, a próxima eleição será vencida por um candidato de centro. Presidenciáveis como Michel Temer (MDB), Henrique Meirelles (PSD), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Fernando Collor (PTC), João Amoedo (Novo) e Paulo Rabello de Castro (PSC) estão partindo desta premissa, que pode ser verdadeira ou falsa.
O fato concreto é que há candidatos demais tentando disputar a mesma faixa do eleitorado. É claro que eles vão se amontoar, uns sobre os outros.
Para viabilizar sua candidatura, Temer precisa desesperadamente tirar Meirelles de cena. Já deu várias entrevistas dizendo preferir que ele fique até o fim no Ministério da Fazenda. No dia 22 de dezembro, num café da manhã com dezenas de jornalistas, Temer não se conteve e perguntou a Meirelles, na frente de todos: “Você é candidato?”. E o ministro respondeu: “Ainda não decidi”.
EM CAMPANHA – Até agora, são 12 presidenciáveis, contando com Bolsonaro (PLS), Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB), e Lula (PT), sem incluir Guilherme Boulos (PSOL), Joaquim Barbosa (PSB) e Rodrigo Maia (DEM), questão em cima do muto.
Boulos e Barbosa podem até se candidatar, elevando o número para 14, mas o presidente da Câmara está apenas tirando uma onda, para aparecer no noticiário e valorizar o passe do DEM.
Vai ser uma eleição maravilhosa e imprevisível. Entre os 14 prováveis candidatos, pelo menos 8 têm alguma chance de vencer. Apenas Collor, Manuela, Amoedo, Castro e Boulos podem ser descartados, por ora, além de Lula, é claro, que segue como candidato até o fim, mas não terá o nome registrado na urna eletrônica. Ou seja, não será votado.
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P.S. – A disputa por coligações, para ampliar o tempo de campanha na TV, é arrebatadora. Sem caixa 2 dos empresários, os candidatos estão oferecendo mundos e fundos, mas os partidos de aluguel só trabalham com dinheiro vivo. E la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)
P.S. – A disputa por coligações, para ampliar o tempo de campanha na TV, é arrebatadora. Sem caixa 2 dos empresários, os candidatos estão oferecendo mundos e fundos, mas os partidos de aluguel só trabalham com dinheiro vivo. E la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)
30 de janeiro de 2018
Carlos Newton
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