O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, admitiu, nesta terça-feira, que o governo ainda não tem os votos garantidos para aprovar a reforma da Previdência. “Não temos o suficiente, teremos em 19 de fevereiro”. Marun almoçou com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, e diretores da entidade e presidentes de associações e de sindicatos patronais, para convencer os participantes para a necessidade urgente da aprovação da reforma da Previdência.
O projeto da reforma previdenciária aguarda análise do plenário da Câmara dos Deputados desde o mês de maio de 2017. Como a reforma é feita através de uma Proposta de Emenda Constitucional, são necessários pelo menos 308 votos favoráveis entre os 513 deputados, em dois turnos. A votação da PEC em plenário está marcada para o dia 19 de fevereiro.
BUSCANDO VOTOS – Mesmo com recesso da Câmara Federal, Marun continua empenhado em arregimentar votos. “Estamos avançando na conquista de votos, não estamos preocupados no momento com a contagem de votos. A chegada dos parlamentares, em Brasília, em grande número deve acontecer ao fim do recesso e nesse momento nós efetuaremos uma contagem mais efetiva. Eu posso garantir que vivemos hoje um momento muito melhor do que vivíamos antes do recesso parlamentar”, reafirmou Marun aos jornalistas, em Brasília.
Para ele, o essencial, no momento é manter o diálogo com todas as lideranças. “O setor empresarial está perfeitamente convencido dessa necessidade da aprovação da Reforma”.
Sobre os encontros do presidente da República, Michel Temer com lideranças religiosas, Marun declarou que o Governo conversa com quem queira dialogar. “Estamos conversando com lideranças de todo o país, reconhecemos o peso das lideranças evangélicas, como das lideranças religiosas, ou seja, estamos dialogando com aqueles que querem dialogar”.
EM MINAS – Na próxima quinta-feira ,Carlos Marun vai participar de encontro,em Belo Horizonte, com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Para Marun, a falta de otimismo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que não crê na aprovação, se dá pelo fato de ele estar fora do país. “O presidente Rodrigo Maia, que é um dos baluartes desse processo de aprovação, talvez porque tenha se ausentado do país não esteja com as informações suficientes que nós temos. Assim que acontecer o seu retorno, eu tenho certeza que o seu otimismo retornará, até porque esse otimismo é necessário para que sejamos vitoriosos nessa luta em prol do Brasil”.
O ministro admitiu que a proximidade com as eleições pode ser um impeditivo, mas o que o preocupa mesmo é que alguém se eleja mentindo para os eleitores. “Minha preocupação em relação às eleições é que alguém se eleja mentindo para população, dizendo que a reforma não é necessária, sendo que em 2019 ou 2020 será necessária”, enfatizou.
18 de janeiro de 2018
José Carlos Werneck
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