Os advogados do ex-presidente Lula voltaram a insistir ao juiz federal Sérgio Moro, para que seja marcada audiência com o doleiro e ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, atualmente foragido na Espanha. A defesa do petista quer que Duran seja ouvido no âmbito de incidente de falsidade em que questiona a idoneidade documentos entregues pela construtora em seu acordo de colaboração.
O advogado é denunciado três vezes na Operação Lava Jato por operar propinas nos escândalos envolvendo contratos da Odebrecht com a Petrobras. Ele está foragido na Espanha. Rodrigo Tacla Duran tem afirmado que a Odebrecht apresentou documentos adulterados em sua delação premiada. A defesa do ex-presidente moveu incidente de falsidade ideológica sobre papeis do sistema Drousys, utilizado para a contabilidade do departamento de propinas da empreiteira. Os advogados têm insistido reiteradas vezes para que Moro ouça Duran.
“A palavra de pessoa envolvida, em cognição sumária, em graves crimes e desacompanhada de quaisquer provas de corroboração não é digna de crédito, como tem reiteradamente decidido este Juízo e as demais Cortes de Justiça, ainda que possa receber momentâneo crédito por matérias jornalísticas descuidadas e invocadas pela Defesa”, afirmou Moro, ao negar um dos pedidos.
VANTAGENS INDEVIDAS – O incidente de falsidade foi movido no âmbito de ação penal em que o ex-presidente Lula é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht que incluiriam um terreno de R$ 12,5 milhões para o Instituto Lula e uma cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil. Nesta ação, ainda há outro incidente de falsidade, que apura a autenticidade de recibos de aluguel apresentados pelo ex-presidente para comprovar que pagou pelo aluguel do apartamento em São Bernardo, no edifício Hill House.
Segundo a Lava Jato, o ex-presidente nunca pagou pelo imóvel, que está em nome de Glaucos da Costamarques e teria sido custeado pela Odebrecht. No âmbito deste incidente, a defesa de Glaucos da Costamarques chegou a pedir as imagens registradas pelas câmeras do hospital Sírio Libanês no período de 2015 em que o engenheiro esteve lá internado. Os advogados queriam comprovar que ele foi visitado pelo advogado do petista, com quem teria tratado sobre as assinaturas dos recibos.
IGUALDADE DE TRATAMENTOS -Inicialmente, Moro negou o pedido, mas, depois, após pedido de reconsideração da defesa de Glaucos, o aceitou. Para o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, ‘extrai-se que o pedido de reconsideração foi deferido em razão (i) da “insistência” da Defesa (“Em vista da insistência da Defesa de Glaucos da Costamarques na produção da prova (…) resolvo rever o decidido”), (ii) da informação de que a própria Defesa irá examinar o material e (iii) o deferimento seria prudente a fim de evitar alegação de cerceamento de defesa’.
“De qualquer forma, a prevalecer o entendimento de Vossa Excelência, deve ele ser estendido aos requerimentos probatórios dos demais acusados, visando conferir igualdade de tratamento às defesas”, afirma. Sob estes argumentos, o defensor pede a Moro a ‘reconsideração da decisão proferida’ por Moro ‘para que seja deferida a oitiva de Rodrigo Tacla Durán’.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Já mostramos aqui na Tribuna que Durán é um tremendo pilantra, que tem sido usado para desmoralizar a Lava Jato e o juiz Moro. Conseguiu depor na CPI da JBS, mas apresentou provas grotescamente fraudadas, foi ridículo. Mesmo assim, a defesa de Lula insiste… (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Já mostramos aqui na Tribuna que Durán é um tremendo pilantra, que tem sido usado para desmoralizar a Lava Jato e o juiz Moro. Conseguiu depor na CPI da JBS, mas apresentou provas grotescamente fraudadas, foi ridículo. Mesmo assim, a defesa de Lula insiste… (C.N.)
31 de janeiro de 2018
Luiz Vassallo
Estadão
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