Por que Meirelles não tem chance ao Planalto?
O principal tema da eleição presidencial de 2018 já está bem definido: a Segurança Pública (que é uma ficção, no violentíssimo Brasil). A sensação de insegurança se estende ao campo econômico – e não apenas ao “policial”. Inseguro também é o sistema legal e jurídico, pois o pleno Direito não é assegurado, na idêntica proporção do descumprimento dos deveres, pelas autoridades públicas e, mais grave ainda, pelo cidadão.
O eleitorado está rachado, porém ainda se ilude que um “líder”, no comando da máquina estatal (ineficiente e corrupta), pode resolver tudo. A maioria clama por Ordem e Segurança, em todos os sentidos. Naturalmente, este grupo projeta o voto no candidato que incorpora tal discurso e consegue transmitir a forte impressão (absolutamente ilusória) de que poderia resolver tal problema – mesmo que, na verdade, não possa. Tal segmento assume, facilmente, o discurso conservador, mesmo que não o pratique, por cinismo ou consciente ignorância.
Um outro grande grupo, que é “Estadodependente” e acredita na ilusão socialista do Estado Interventor, também incorpora, parcialmente, o discurso da segurança, sobretudo no campo econômico. Também aposta na figura de um líder carismático, que finja ser “progressista”, embora na prática se comporte como um pseudoconservador, no pior sentido do termo. Seu objetivo é “conservar” nosso modelo estatal Capimunista rentista, baseado no pleno uso de estatais, fundos de pensão e uma bolsa de valores inexpressiva, porém monopolista, com a falsa promessa de “desenvolver” um País, sob forte controle das “gestapos” estatais.
No confuso Brasil, onde a maioria não domina conceitos corretos e tem o vício de praticar os errados, temos um outro grupo, claramente minoritário, que prega mudanças estruturais como a única solução efetiva para o País se desenvolver. Neste grupo, incluem-se os que ainda apostam no modelo do “Estado Interventor” como promotor da reestruturação das instituições republicanas. Dele também fazem parte os que pregam um modelo estatal mais liberal, com menos regramento, menos transferência, transparência total, e mais clareza sobre uma relação de equilíbrio na relação entre deveres e direitos.
Essa minoria apóia a segurança política, econômica e jurídica como pilares de uma sociedade civilizada. Dentro deste segmento se situa a minoria que defende a “Intervenção”, em seus dois formatos. A primeira, executada diretamente pelas Forças Armadas (chamada de “Intervenção Militar”). A segunda, mais complicada de acontecer no curto prazo, por fortíssima pressão popular, com lideranças que representem as principais cabeças pensantes do País, e que também necessita do imprescindível apoio militar (chamada de “Intervenção Constitucional”).
Em 2018, depois do desastre petista e do temerário desgoverno que o sucedeu, com toda certeza todos os grupos descritos acima vão se confrontar “radicalmente”. A polarização é uma tendência natural. Haverá uma divisão clara entre os honestos, os que parecem honestos e os claramente desonestos. A confusão pode descambar para a violência política. A única saída civilizada para evitar o extremismo seria que cada um dos segmentos em conflito comprovasse a capacidade mínima de formular um projeto de Nação para o Brasil.
Só o Estado Novo de Getúlio Vargas cumpriu tal missão de gerar um “projeto nacional”. Tal modelo misturou fascismo, populismo, sindicalismo e muita intervenção estatal na vida dos cidadãos e empresas, gerando o modelo Capimunista, consolidada pelo regime civil-militar de 1964 e que se fortaleceu e esgotou com a (nada) “Nova República” desde 1985 até agora. O Capimunismo segue “legitimado” pela Constituição (falsamente) Cidadã de 1988 – que precisa ser urgentemente reescrita.
O problema é que uma mudança constitucional não pode ser feita por políticos bandidos eleitos por um sistema comprovadamente criminoso e corrupto – que elege representes do Crime Institucionalizado, e não do “povo” (que detém, mas não usa corretamente, seu legítimo poder instituinte. Aliás, tal “povo” precisa definir, claramente, em favor de quais dos grupos descritos acima deseja atuar. A dúvida transforma o Brasil em uma mega incógnita, um paraíso de perigosas incertezas, onde as organizações criminosas se reinventam para manter a hegemonia.
Por tudo isso, soa como piada de mau gosto uma candidatura (finalmente assumida) de Henrique Meirelles. Sempre banqueiro, o ministro da Fazenda de Michel Temer se situa como príncipe dos rentistas que sempre exploraram o Brasil. Meirelles não quer mudanças estruturais. Pelo contrário, transita do lado que apenas deseja uma “reforma” do modelo capimunista tupiniquim, sem alterá-lo. É apenas mais um seguidor do esquema de um Brasil dependente, periférico, no estilo de uma Miami encravada no País mais paupérrimo da África.
Apesar de ser o presidenciável com maior potencial de “grana sobrando” para torrar no caríssimo “fla-flu” de 2018, Meirelles representa a refinada vanguarda do atraso. Não tem carisma. Em termos simbólicos, o milionário Meirelles estaria mais para tramp que para trump. Não é à toa que ele é sustentáculo do desgoverno Temer – cuja única missão é vender as riquezas do Brasil a preço de banana. A candidatura presidencial de Meirelles já nasce morta. De original, ele só tem o nome do banco virtual que ajudou a criar para a família da dupla Joesley e Wesley...
O perigo é que o fantasma do bolivarianismo ronda Bruzundanga. Se não for condenado, preso e mantido na cadeia – a tendência é que o STF não o deixe mofar na cadeia -, Lula vem com toda força do povo idiotizado para disputar o Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro – cujo nome ganha força popular e conquista mais fãs no mercado financeiro do que poderia supor a mais vã filosofia de botequim.
Estaremos irremediavelmente perdidos se cairmos nas armadilhas do Cassino eleitoral do Al Capone de 2018. Vale repetir: a única solução sensata e efetiva é formular um Projeto de Nação para um Brasil republicano, federalista, com um Estado transparente e fiscalizado diretamente pelo cidadão que cumpra deveres para merecer direitos possíveis de serem atendidos.
Ou rompemos com o Capimunismo, ou seremos a filial empobrecida da República Popular da China. Será que os EUA permitirão que isto aconteça? Se for este o nosso destino, aí sim o Henrique Meirelles seria um candidato maravilhoso...
Crônica de um policial abandonado
Não há certeza de que o texto tenha sido escrito por um policial.
No entanto, a crônica de um policial abandonado, sabotado pelo Estado-Ladrão, é um retrato mais que realista do Brasil sob domínio do Crime Institucionalizado.
Estamos em plena guerra civil não declarada, com uma taxa surreal de mais de 60 mil homicídios por ano – que várias guerras declaradas, pelo mundo afora, sequer conseguem registrar.
O Alerta Total reproduz o texto que viraliza nas redes sociais:
"Eu" Policial de folga, observava atento quando o algoz se aproximara da pobre vítima...
O meliante sacou a arma e anunciou o roubo.
Logo que vi, meu tirocínio de policial me mandou agir, PORÉM, lembrei do Ministério Público, da Sociedade que me condena, da minha família que espera por mim, quando decidi NÃO agir.
A pobre mulher assustada nem tentou reagir ao assalto e sequer teve reação.
O bandido (vítima da sociedade opressora), sem motivos e mesmo em posse do bem, disparou contra a pobre mulher, tirando-lhe não somente a vida, como também os sonhos dela... A pobre coitada já caiu desfalecida, o ladrão levou sua moto, a vida e os sonhos daquela mulher...
Não reagi, liguei 190 "e passei a bomba para quem tava de serviço", afinal, é isso que o Estatuto determina que eu faça!
Fui para minha casa, fui recebido por minha esposa e filhos.
O Ministério Público não alegou que eu fui truculento ao reagir ao roubo praticado por uma "pobre vítima da sociedade que roubara para comer", a OAB não emitiu nota em meu desfavor, minha arma não ficou apreendida para perícia, não gastei minha munição (que custa 10 reais cada), a Comissão de Direitos Humanos não emitiu depoimento contra mim e a Mídia Lixo sequer noticiou a morte da pobre inocente vítima de latrocínio, pois isso não dá Ibope, o que dá ibope é polícia matando "vítimas da sociedade" (Bandido). Eu estava lá, mas foi como se não estivesse.
O PROBLEMA SERÁ QUANDO TODO POLICIAL COMEÇAR A AGIR ASSIM.
Aí o caos se instaurará, e o mal causado pela escuridão fundamental verdadeiramente aparecerá!
Desabafo de um profissional que faz parte de uma Instituição que quando perto incomoda e quando longe faz muita falta.
Assinado: O POLICIAL
Salvação programada
Torquatagem
Praga de baiano corrupto
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
03 de novembro de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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