"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

PLANALTO ADMITE QUE PRETENDE TER UM CANDIDATO EM 2018 QUE DEFENDA O GOVERNO

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Charge do Clayton (Jornal O Povo/CE)
De forma reservada, interlocutores do presidente Michel Temer já defendem a articulação de uma candidatura que possa defender o governo na corrida presidencial de 2018. No Palácio do Planalto, ainda ronda o fantasma da disputa de 1989. À época, o então presidente José Sarney não teve um nome para defendê-lo, tornando-se uma espécie de “Geni” da campanha, em que todos os candidatos jogavam pedra.
Diante desse cenário, o nome do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, começa a ser falado entre os interlocutores de Temer. Meirelles é visto como o melhor perfil para defender a política econômica de Temer e impor na campanha um debate realista sobre a situação fiscal do país. Além disso, Meirelles tem o nome bem aceito no mercado financeiro.
REELEIÇÃO – Já é sabido que, até abril deste ano, Temer sonhava em disputar a reeleição diante do cenário de recuperação da economia. Mas foi atropelado no meio do caminho pela delação da JBS. Com impopularidade recorde, Temer tem consciência de que não conseguirá retomar o projeto. Mas interlocutores mais próximos reconhecem a necessidade de Temer ter um representante na corrida presidencial.
Fica cada vez mais claro para o Planalto que o PSDB não fará o papel de defender Temer na disputa do próximo ano. Pelo contrário. O partido se afasta rapidamente do peemedebista. E o nome tucano mais forte para a disputa, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), já tem demonstrado um distanciamento cada vez maior de Temer. Esse mesmo movimentojá foi iniciado pelo DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
“É preciso ter um nome da cozinha do governo nessa disputa”, observou um integrante do primeiro escalão.
MEIRELLES ANIMADO – No núcleo palaciano, a percepção é que Meirelles está animado com a possibilidade de entrar para a disputa. Mas, para isso, teria que ter a certeza de uma legenda e o apoio da estrutura do governo. Apesar de ser do PSD, ainda não há garantia de o ministro Gilberto Kassab (Comunicações, Ciência e Tecnologia), presidente do partido, garantir legenda para Meirelles.
A constatação é que o prazo para definição de uma filiação de Meirelles termina em fevereiro: ou fica no PSD com a garantia de que será candidato ou muda de partido.
Mas há o reconhecimento de que uma filiação de Meirelles ao PMDB, por exemplo, teria dificuldade em razão das divisões internas. Assim, o ideal seria a permanência do ministro da Fazenda no PSD. Esta semana, num evento em São Paulo, Meirelles brincou com o cenário de ser candidato a vice-presidente em 2018. Mas o que ele quer mesmo é ser cabeça de chapa na disputa ao Planalto do próximo ano.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O excelente jornalista Gérson Camarotti diz que Temer queria ser candidato à reeleição, mas teve de desistir, por causa da delação da JBS. Isso chegou a acontecer, realmente. Temer desanimou, mas agora está animado novamente, porque os irmãos Batista continuam presos e a economia começa a se recuperar. Por isso, contratou o marqueteiro Elisinho Mouco, que está trabalhando com sua equipe no quarto andar do Planalto, e no início do ano Temer dirá que, “atendendo a pedidos”, teve de aceitar a candidatura. Os “pedidos” são de Eliseu Padilha e Moreira Franco, que, assim como o próprio Temer, não podem perder o foro privilegiado, caso contrário em janeiro de 2019 estarão sendo processados por um juiz chamado Sergio Moro. Quanto a Meirelles, se quiser ser presidente, terá de se virar sozinho. (C.N.)


03 de novembro de 2017
Gerson Camarotti
G1 Brasília

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