"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

TEMER SONHA EM DEMITIR O MINISTRO TORQUATO JARDIM, MAS ESTÁ FALTANDO CORAGEM

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Jardim ia sujando a biografia, mas se recuperou
Conforme assinalamos segunda-feira aqui na “Tribuna da Internet”, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, resolveu dar um grito de independência e se descolou inteiramente da orientação do governo Temer. Na segunda-feira, em entrevista coletiva, fez uma afirmação bombástica, ao afirmar que o Supremo precisa honrar suas origens e não pode retroceder na prisão de condenados em segunda instância, como ocorre em todo o mundo tido como civilizado. Com essas declarações, o ministro da Justiça ficou sozinho apoiando a prisão após segunda instância, enquanto todo o resto do governo segue defendendo ardentemente a libertação dos corruptos.
Torquato Jardim bateu de frente contra a Advocacia-Geral da União, peça-chave no contexto jurídico e que acaba de se curvar totalmente à Operação Abafa, com a ministra Grace Mendonça apresentando ao Supremo um vergonhoso parecer contra a prisão após segunda instância, para inviabilizar a Lava Jato e permitir a libertação de todos os seus réus, com uma generosidade espantosa e irresponsável, porque propicia também a libertação de outros grandes criminosos, como o ex-senador Luiz Estevão, o jornalista Pimenta Neves e o goleiro Bruno Fernandes.
“BIOGRAFIA” – O ministro falou em preservar a “biografia” do Supremo, mas parece estar defendendo agora sua própria biografia, que era excelente até ele passar a defender os interesses da bancada da corrupção.
Mas não ficou só nisso. Arrombando de vez o alambrado, como dizia Leonel Brizola, Torquato Jardim denunciou também o apoio oficial ao crime organizado no Rio de Janeiro, dizendo claramente que o governador Pezão e o secretário de Segurança Roberto compactuam e participam do esquema, que envolve também a Assembléia Legislativa.
As declarações do ministro surpreenderam o Planalto e deixaram o presidente Michel Temer em má situação. Pezão já ligou duas vezes para o chefe do governo para se queixar. Na conversa desta quarta-feira, informou que vai interpelar judicialmente Torquato Jardim, e o presidente lhe disse para seguir adiante.
DEMITIR TORQUATO? – Os três mosqueteiros do Planalto (que eram quatro até Geddel Viera Lima ser demitido) estão revoltados. O presidente Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco querem detonar Torquato Jardim o mais rápido possível, mas ainda não tiveram coragem.
Temer sabe que o ministro da Justiça vai se tornar um novo Medina Osório, que em setembro do ano passado não aceitou participar da inviabilização da Lava Jato e denunciou  a Operação Abafa, que já estava em andamento.
Assim como Medina Osório, de quem é amigo pessoal, o ministro Torquato Jardim também é um jurista respeitado e de currículo impecável, mas estava se sujando ao apoiar Temer contra a Lava Jato. De repente, acordou do pesadelo e resolveu colocar as coisas em seus devidos lugares. Antes tarde do que nunca, como se dizia antigamente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A contrariedade maior do Planalto não é em relação às denúncias sobre a criminalidade oficial no Rio de Janeiro. O problema é que a opinião de Torquato Jardim sobre a segunda instância estourou como uma bomba no Supremo, cujos ministros têm muito respeito pela opinião dele, por ser um renomado constitucionalista. Vamos ver se os três mosqueteiros têm coragem de demiti-lo. (C.N.)

03 de novembro de 2017

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