"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de setembro de 2017

DEPOIS DE INOCENTAR LULA E ESTEVES, PROCURADOR TAMBÉM DECIDIU BLINDAR MANTEGA

ivanmarx
Marx é uma espécie de Gilmar do Ministério Público
Como nos contos de William Saroyan, o procurador federal Ivan Cláudio Marx faz a linha do jovem audaz no trapézio volante. Em julho de 2016, quando estava transcorrendo no Congresso o impeachment de Dilma Rousseff, o representante do Ministério Público surpreendeu a nação ao apresentar um parecer afirmando não ter havido crime de responsabilidade nas famosas “pedaladas” da equipe econômica do governo Dilma Rousseff, que maquiava as contas públicas para melhorar artificialmente seu desempenho.
Na ocasião, o jovem Marx alegou que as manobras não se enquadravam no conceito legal de operação de crédito ou empréstimo. Por isso, em seu entendimento, não seria necessário pedir autorização ao Congresso, não havia pedaladas nem crimes.
MERA COINCIDÊNCIA – Esses argumentos do procurador da República foram saudados pelos petistas, que fizeram um festival no Senado. Por mera coincidência, é claro, suas alegações eram semelhantes às justificativas apresentadas pela defesa de Dilma, conduzida por José Eduardo Cardozo, então chefe da Advocacia-Geral da União. No despacho, Marx concluiu que houve inadimplência contratual, ou seja, o governo não fez os pagamentos nas datas pactuadas, descumprindo os contratos com os bancos. Mas pontuou que, em alguns casos, os atrasos nos repasses tinham previsão legal e as autoridades não demonstraram intenção de fazer empréstimos ilegais.
Ao atrasar os repasses aos bancos, o governo Dilma adiava despesas e, com isso, deixava de registrar esses passivos na dívida líquida do setor público. E até Marx reconhecia que essa prática configurava, no mínimo, improbidade administrativa.
LULA INOCENTE – Mais de um ano depois, nesta sexta-feira (dia 1º) Marx surpreende novamente a nação ao pedir a absolvição do ex-presidente Lula da Silva e do banqueiro André Esteves (BTG Pactual) da denúncia de obstrução à Justiça, no caso da compra do silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, segundo a delação do ex-senador petista Delcídio Amaral, ex-líder do governo, que foi gravado por Bernardo, um dos filhos de Cerveró.
No parecer do procurador da República, o silêncio do ex-diretor da Petrobras não foi encomendado e interessava apenas a Delcídio, sem haver participação de Lula e de André Esteves.
“Delcídio estava agindo apenas em interesse próprio. E Cerveró estava sonegando informações no que se refere a Delcídio, e não sobre Lula, a quem inclusive imputava fatos falsos, no intuito de proteger Delcídio”, diz o relatório de Marx.
MANTEGA BLINDADO – Logo em seguida, outra notícia-bomba surge na mídia envolvendo o procurador federal, que acaba de acertar um acordo com a defesa do ex-ministro Guido Mantega, acusado na Operação Bullish, que envolve a JBS e em outras investigações da Lava Jato. O acordo é uma inovação, muito melhor do que uma delação premiada. A defesa do ex-ministro propôs que ele esclareça alguns fatos investigados e colabore com as investigações. Em troca, Mantega não será alvo de um pedido de prisão preventiva e de bloqueio de bens. O procurador Marx prontamente aceitou as restrições e mandou o acordo para homologação na 10ª Vara Federal de Brasília.
No início, a Tribuna da Internet julgou que se tratava de mais uma Piada do Ano, mas infelizmente a coisa é para valer, porque o jovem procurador Marx é uma revelação e se lança no trapézio volante como uma espécie de Gilmar Mendes do Ministério Público, para transformar a Justiça na ciência de torturar os fatos até que eles confessem o fim que se pretende.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Na condição de Piada do Ano, nessa safra de Marx, só ficou a parte que sobrou para o empresário José Carlos Bumlai e seu filho Maurício. O procurador inocentou Lula e o banqueiro Esteves, mas fez questão de pedir a condenação da famiglia Bumlai por obstrução da Justiça, embora ninguém saiba explicar que ligação os Bumlai tinham com Delcídio. Desse jeito, nem Freud conseguiria explicar. Teria de pedir ajuda a Jung e a Lacan(C.N.)


02 de setembro de 2017
Carlos Newton

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