"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de setembro de 2017

DELAÇÃO COMPLEMENTAR DA JBS INCLUI AS DOAÇÕES FEITAS A MAIS DE 1,8 MIL POLÍTICOS


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Joesley cumpriu o acordo feito com a Procuradoria
Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira, dia 31, os anexos complementares da delação feita pelos executivos da empresa. Há entre os novos anexos repassados à Procuradoria-Geral da República a explicação de como deve ser feita a leitura de planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud, que indica doações da JBS a mais de 1,8 mil políticos. No material, a JBS aponta quais doações foram fruto de corrupção e quais foram caso de caixa 2 – quando não há registro oficial da doação, mas a empresa não negociou nenhuma contrapartida para o repasse do dinheiro.
Há anexo também sobre os contratos das empresas do grupo com o BNDES. As informações prestadas, segundo fontes com acesso ao material, indicariam gestão fraudulenta nas operações do banco.
Operação Bullish – No caso do BNDES, a entrega tem como finalidade evitar que empresa seja processada na Justiça Federal de Brasília por conta dos desdobramentos da Operação Bullish. O procurador do caso, Ivan Marx, afirmou ao Estadão que Josley omitiu em sua colaboração os crimes praticados no banco público.
Diante das críticas do juiz, a empresa decidiu que entregaria todo o material à Procuradoria, órgão com o qual foi firmado o acordo de delação, para que os investigadores decidam o que compartilhar com o Ministério Público Federal em Brasília.
Entre as novas informações entregues estão também gravações feitas por Joesley Batista, dono do grupo e um dos delatores. A Polícia Federal havia encontrado, durante perícia no gravador de Joesley, arquivos apagados. A defesa de Batista optou por entregar agora os áudios para que os procuradores façam a análise de todo o material disponível.
COMPLEMENTOS – Questionado sobre os áudios, o grupo J&F informou por nota que “os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República”. “Conforme acordo firmado, estão sendo identificados outros dados e documentações como complementos às investigações. Os colaboradores continuam à disposição para cooperar com a Justiça”, diz a nota.
A JBS queria mais 60 dias para entregar a documentação prometida à Procuradoria-Geral da República e chegou a fazer esse pedido ao ministro Edson Fachin, do Supremo. Como a petição não foi respondida a tempo pelo ministro, a empresa teve de entregar o material nesta quinta-feira, prazo inicial acordado com os procuradores.
A previsão de que a JBS entregaria informações complementares depois de homologada a delação foi acertada entre a empresa e a Procuradoria.
ACORDO DE DELAÇÃO – Em maio, os donos do grupo, Joesley e Wesley Batista, e outros cinco funcionários da empresa firmaram o acordo de delação que atingiu o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, entre outros políticos.
A empresa já havia entregue à Procuradoria, em um dos anexos após a delação assinada e homologada, informações sobre fiscais do Ministério da Agricultura que ficavam à disposição do grupo para agilizar fiscalizações.
A PGR aceitou que o material fosse entregue em até 120 dias após a negociação da delação em razão do volume de informações e da necessidade da empresa de acionar diversas áreas do grupo para adquirir os documentos exigidos pelos investigadores – o que não pode ser feito naquele momento em razão do sigilo do acordo. Fazem parte dos novos anexos documentações de e-mails, agendas e planilhas de contabilidade.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A importante matéria da Agência Estado diz, ainda, que as informações prestadas pelos delatores e os novos anexos oferecem provas robustas, que invalidam as críticas feitas ao procurador-geral Rodrigo Janot, acusado de ter concedido imunidade penal aos irmãos Batista, sem que houvesse provas que confirmassem as delações. (C.N.)

02 de setembro de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)

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