Seja qual for o resultado do julgamento no TSE que se iniciou nesta terça-feira, na realidade a posição do presidente Michel Temer é insustentável e sua permanência no Palácio do Planalto contraria frontalmente a opinião pública brasileira. Pesquisa do Datafolha, publicada na Folha de São Paulo, além de revelar a impopularidade do governo no grau de 2/3, revelou também que 51% desejam que o sucessor do presidente surja de eleições indiretas enquanto 47% manifestam-se favoráveis à eleição direta.
Verifica-se assim que a rejeição está atingindo seu grau máximo, incluindo um aspecto paralelo: para 62% a Câmara dos Deputados deveria abrir um processo de impeachment. Aliás, este processo de impeachment, inclusive apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil, só não foi aberto ainda porque Rodrigo Maia, presidente da Câmara, recusa-se a acolher as pedidos apresentados.
EM TODAS AS CLASSES – A rejeição a Michel Temer, segundo o Datafolha abrange todas as classes de renda mensal familiar e de escolaridade. Ela é maior, sobretudo, entre a faixa incluída entre 1 a 2 salários mínimos. Nesta escala, são contrários a Temer 75%. A rejeição entre as famílias entre 2 a 5 salários mínimos é de 70%. Registra 51% para as integram a faixa de 5 a 10 SM. E finalmente é de 33% para os que integram a escala de mais de 10SM.
Relativamente ao resultado do julgamento que se iniciou no TSE, 77% são favoráveis à cassação da chapa Dilma-Temer. Esta manifestação , deve se assinalar, representa mais um dado contra a permanência de Temer no Planalto, uma vez que Dilma Rousseff já perdeu o mandato de presidente e assim não se encontra mais em julgamento. A não ser no que se refere ao item que a impede de disputar qualquer eleição nos próximos oito anos. No mais Dilma já saiu do poder, enquanto a expectativa é que Temer, que a sucedeu pelo impeachment, tenha agora o mesmo destino.
TUCANOS NO MURO – Uma colocação que se deve levar em conta é a de que o PSDB, que é autor da ação que tem como conteúdo a queda de Temer, integre a base de seu governo. Movimentos no Partido têm ocorrido para a ruptura, mas esta até agora não foi oficializada, embora estejam surgindo sinais de que o desembarque está próximo.
Quando o presidente Michel Temer foi a São Paulo pedir a interferência do governador Geraldo Alckmin, no sentido de conter a revolta, forneceu a prova de sua fraqueza. Nâo existe dúvida sobre a falta de solidez de um presidente da República que teve em Rocha Loures um de seus assessores em que depositava total confiança.
Rocha Loures pode permanecer em silêncio. Tal posição não mudará a vontade da população brasileira registrada pelo Datafolha.
07 de junho de 2017
Pedro do Coutto
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