O site “O Antagonista” fechou sua área de comentários. Não é para menos. O ataque dos militantes cibernéticos ultrapassou o limite do suportável. Concordo com os administradores, não se pode concorrer de igual para igual com a máquina estatal quando o assunto é colocar o rei a nu.
SOFISMAS – Aqui mesmo na TI observo que desde a referida “gravação”, apareceram comentários que se adequam ao perfil aceito (linguagem polida, cuidadosa) e que argumentam insistentemente em ideias que defendem o atual sistema, não sem deixar claro, lógico, que sua crítica, a priori, é que o ideal seria que “Temer não ocupasse o poder, mas, é preciso pensar na economia, na gestão, ruim com ele pior sem ele…”
Respeito todas as opiniões, mas não posso deixar de dizer que notei que esse tipo de comentário se ampliou no conjunto de sites importantes da internet.
O fato é que a entrevista de Joesley à Época deste fim de semana acirra a guerra porque, a julgar pela narrativa, o esquema da organização criminosa funciona muito bem, é consolidado e conta com a certeza da impunidade nos moldes da operação italiana “Mãos Limpas”.
NO DESESPERO – Pela narrativa de Joesley, sua decisão de delatar resultou de desespero em relação à desigual julgamento entre empresários e políticos no âmbito da Lava Jato. E o tal Foro Privilegiado é o cerne da questão.
Aos empresários está claro que a “mão da justiça” está sobre o lado mais fraco em que a corda arrebenta, ação após ação no judiciário e, medida após medida no Legislativo e no Executivo. Por mais que os próprios políticos, digamos assim, arriscassem matar a galinha dos ovos de ouro, sua ganância, narrada por Joesley, ultrapassa os limites do racional, nos faz pensar o que pretendiam com tanto dinheiro público, já que uma vida seria muito pouco para gastar tanto” (só o narcisismo em Freud para explicar).
O CORINGA – Politicamente, significa que o grande Coringa, Rodrigo Maia, está executando com maestria seu papel neste jogo pelo poder apodrecido.
Nesta trama sórdida, impensável em qualquer sociedade civilizada, o povo brasileiro continua coadjuvante, joguete nas mãos dos senhores poderosos que se julgam acima da lei e da justiça, da verdade e da mentira, do bem e do mal.
Enquanto isso, o país navega mar afora, em nau sem rumo, sem capitão, sem ter porquê…
20 de junho de 2017
Silvia Zanolla
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