O presidente Michel Temer não quis comentar, nesta terça-feira, dia 20, em Moscou, a informação de que a Polícia Federal teria encontrado indícios de corrupção envolvendo seu nome. “Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico”, disse ele. A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois de a Polícia Federal apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no inquérito aberto com base na delação do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F – controlador da JBS.
A decisão de manter a viagem, em meio à crise política, é uma tentativa de passar uma mensagem de normalidade dentro do governo.
CUMPRIR AGENDA – Temer tem uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega, onde deve tratar sobre comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional que reduzem as áreas de preservação ambiental.
Durante encontro bilateral com o presidente da Câmara dos Deputados russa, Vyacheslav Volodin, Temer afirmou que faz um governo “semiparlamentarista”, mesmo que o Brasil seja presidencialista. “A importância do poder Legislativo se reflete na composição que eu fiz do poder Executivo. Cerca de 90% dos ministros que estão me ajudando a governar vieram do poder Legislativo, são deputados e senadores”, disse o presidente.
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NOTA DA REDAÇÃO – Temer procura aparentar um ar de normalidade que não pode existir. O governo está com prazo de validade vencido, mas vai resistir até o fim dos seus dias, em 31 de dezembro de 2018. Ainda bem que ele não fede nem cheira, caso contrário o odor seria insuportável. Quando sair do poder, Temer fará jus à velha piada, cada vez mais atual, de que sua ausência preencherá uma lacuna. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO – Temer procura aparentar um ar de normalidade que não pode existir. O governo está com prazo de validade vencido, mas vai resistir até o fim dos seus dias, em 31 de dezembro de 2018. Ainda bem que ele não fede nem cheira, caso contrário o odor seria insuportável. Quando sair do poder, Temer fará jus à velha piada, cada vez mais atual, de que sua ausência preencherá uma lacuna. (C.N.)
20 de junho de 2017
Andrei Netto
Estadão
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